Majeed Waris já está em Portugal para assinar com o FC Porto e o Bancada quis saber mais sobre um avançado que já correu meia Europa e tem uma “personalidade muito forte”, mas não lhe peçam uma coisa: para jogar nas alas. Aliás, foi por isso mesmo que o atacante ganês teve dificuldades no Spartak Moscovo e no Trabzanspor, da Turquia. Quem nos contou foi Dominic Chatto, amigo e antigo colega e de Waris no BK Häcken, da Suécia, que nos revelou ainda a tristeza em que Waris estava mergulhado por estar a jogar na segunda liga francesa.
Foi na primeira liga da Suécia que Waris se mostrou à Europa do futebol. Chegou à Escandinávia com apenas 18 anos e foi a partir de Gotemburgo que aceitou o desafio de conquistar o seu espaço no difícil mundo do futebol. “Ele estava com alguns problemas para jogar. Era suplente, ia entrando aos poucos”, contou ao Bancada, Chatto, o médio nigeriano que partilhou o vestiário do Häcken com Waris durante três temporadas. “Mas não se deixou abater”, ressalvou Chatto antes de revelar uma conversa que teve com Waris.
Foi no fim da segunda temporada de Waris ao serviço do clube sueco. O jovem ganês não era titular e os minutos que ia tendo vinham das poucas vezes que ia sendo chamado vindo do banco. “No final da temporada tive uma conversa com ele onde chegámos a falar sobre ele não regressar. Ele estava indeciso, mas no fim da conversa disse-me que nem pensar que ia desistir. Disse-me que depois das férias ia regressar e ia jogar e mostrar todo o seu valor”, e assim foi.
Depois de duas épocas onde as dificuldades pareciam amontoar-se à frente de Waris, eis que todas as dúvidas se dissipam. 26 golos em 36 jogos. Nada mau. “Foi impressionante. Começou a marcar e nunca mais parou”, numa temporada em que o Häcken terminou num surpreendente segundo lugar deixando para trás um par de crónicos candidatos ao título. “No fim dessa temporada tinha uma série de clubes de topo da Europa atrás dele. Lembro-me bem”, disse Chatto.
Pois bem. A escolha de Waris recaiu sobre o Spartak Moscovo. Um dos grandes clubes da Liga Russa. As coisas não correram bem ao jovem ganês. É um facto. Na primeira época na Rússia, Waris jogou apenas sete partidas e acabou por ser emprestado ao Valenciennes da Liga Francesa. “No Spartak colocavam-no a jogar a partir dos flancos. Ele não gosta. A posição dele é a ponta-de-lança. Ele tem de jogar em posição central”, revelou o amigo e ex-colega de Waris”, que estava ainda perplexo com a novidade que o Bancada que lhe acabava de dar.
“Ainda nem acredito. Estou muito feliz por ele. Ainda há poucos dias falei com ele e não me disse nada. Devia de estar à espera que tudo se confirmasse”, foi dizendo Chatto não escondendo a alegria que lhe ia saindo com as palavras. “Sabe, é que ele ultimamente tem andado muito triste”, revelou Chatto. “Estava triste por jogar na segunda liga francesa (ao serviço do Lorient”, partilhou Chatto com o Bancada, mostrando ainda estar a par do que se passa em Portugal. “O FC Porto tem histórico com avançados africanos, basta ver o que se passa agora. Boa opção do Waris. Pode fazer uma boa dupla com o Aboubakar, são jogadores parecidos”, disse.
Pedimos então a Dominic Chatto que nos descrevesse Waris. Que tipo de jogador estará o FC Porto a contratar? “O Waris é um jogador possante e rápido. Tem um bom sentido de baliza e um bom pé direito. Gosta de jogar como número 9...não o ponham nas alas”, reforçou a ideia Chatto, que disse ainda que Waris é o primeiro defesa da equipa. “Ele não dá nenhuma bola como perdida. Ele vai atrás da bola e dos defesas”, analisou o médio nigeriano.
Majeed Waris chega ao FC Porto por empréstimo do FC Lorient, onde marcou 24 golos em duas épocas e meia. “Ele estava triste porque a equipa tinha muitas dificuldades. O futebol da equipa era fraco”, explicou Chatto que disse ao Bancada que mantém contacto regular com Waris que esteve até, há pouco tempo de férias na Suécia. Agora é FC Porto, e a felicidade de Waris pode estar ao virar da esquina.
