O presidente do Vitória de Setúbal, Fernando Oliveira, apresentou a sua demissão esta terça-feira, como reação ao que diz ser a atitude anti-democrática de um grupo de adeptos. A decisão foi anunciada numa conferência de imprensa convocada pelo próprio.

“Quero apresentar a minha demissão. Demito-me. Algo que me custa muito e que queria a todo o custo evitar, mas não posso. Não consigo aceitar que um grupo de pessoas que não representa de todo o Vitória continuem reiteradamente a denegrir o Vitória e esta direção. Creiam que temos projetos, sabemos fazer, temos vontade, amor e dedicação por este clube. Creiam que estávamos neste projeto com vontade de o levar até ao fim, mas não nos deixam trabalhar. Chego mesmo a pensar que não querem que trabalhemos”, explicou Fernando Oliveira.

O dirigente que liderava o Vitória desde 2009, mas que foi eleito pela primeira vez há já mais de 30 anos, apontou o dedo aos “Adriões, Américos, Vítores, Farinhas e Santanas” e disse que o Vitória “exige e merece respeito, conceitos que uma parte dos adeptos do Vitória, que não o todo, desconhecem. Há uma oposição organizada há mais de duas décadas que não hesita em colocar o clube em permanente exposição, chegando ao ponto de o ridicularizar.”

Fernando Oliveira considerou que há um “total desrespeito pela eleição democrática desta direção” e que um grupo de sócios cria um “Clima de guerrilha e maledicência”. O presidente demissionário esclareceu que o Vitória não perderá o estatuto de utilidade pública de forma imediata, mesmo que haja reprovação das contas por três vezes consecutivas, mas considerou que “não é admissível que um grupo de sócios instrumentalize o nosso clube para se promover. Não é admissível que alguém, numa Assembleia Geral, chumbe sistematicamente as contas do clube sem sequer se dar ao trabalho de analisar as mesmas. Votam não porque não”.

O dirigente disse ainda que o Vitória tem estatutos brandos, “que permitem que um grupo de 100 sócios que podem ter-se inscritos cinco dias antes, possam requerer uma Assembleia Geral e destituir uma direção”. Fernando Oliveira denunciou mesmo que num desses recentes requerimentos, havia uma assinatura de um sócio com oito meses… de idade.