Portugal
"Vieira tem poder absoluto e estatuto de impunidade", diz Bruno de Carvalho
2019-10-04 13:20:00
Ex-presidente leonino critica líder do Benfica num espaço de comentário na rádio 'Estádio'

Bruno de Carvalho reagiu à última Assembleia-Geral do Benfica, na qual Luís Filipe Vieira terá apertado o pescoço a um associado. Em declarações na rádio 'Estádio', o ex-presidente do Sporting diz que "Vieira conseguiu poder absoluto e tem um estatuto de impunidade".

"Luís Filipe Vieira acha que não pode ser criticado. É o quero, posso, mando, os traços de personalidade do absolutismo. Ter uma reação de apertar o pescoço a alguém? Quando fui atacado, numa Assembleia-Geral (AG), como presidente do Sporting, cortaram o som a uma pessoa, decisão de Jaime Marta Soares [presidente da AG do Sporting, na altura] e eu fui buscar a pessoa para ela concluir o raciocínio", afirmou Bruno de Carvalho.

O ex-líder do Sporting diz que a AG do Benfica permite "perceber a personalidade" de Vieira que é um "self-made man, que tem caraterísticas pitorescas" e uma delas "é a procura do poder absoluto".

Nestas declarações na rádio 'Estádio', Bruno de Carvalho refere que "esse poder foi-lhe conferido" e Vieira teve esse "objetivo plenamente atingido".

Além disso, o ex-líder leonino crê que Vieira "gosta desse estatuto e tem prazer em usá-lo", até porque "trabalhou para ter esse poder absoluto". "Estamos a falar de alguém que, em termos de opinião pública, tem um estatuto de impunidade." "Se olharmos para as dívidas do BPN, Novo Banco, as pessoas ouvem as notícias e não vêem consequências".

O antigo presidente do clube verde e branco elenca depois situações que o levam a acreditar no tal "estatuto de impunidade" de Vieira.

"Depois temos os vouchers, suspeita de corrupção. O E-toupeira era acesso ilegal a informação para beneficio próprio. E depois há o Mala Ciao. O que é que o cidadão comum ouve? Que se tem muito cuidado para não afetar as questões reputacionais da entidade Benfica ou de Luís Filipe Vieira."

Bruno de Carvalho serve-se de Vieira para clamar inocência no caso do Sporting. "Está correto, pena é que não tiveram esse mesmo raciocínio outras entidades, nomeadamente o Sporting, em particular no caso Alcochete, onde o Sporting e os seus dirigentes passaram de vítimas a malfeitores."