César Boaventura explicou como chegou ao mundo do futebol e do agenciamento de jogadores. O empresário, que nos últimos tempos se tem mediatizado por uma troca de acusações com Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, explicou à 'Sábado' também um aviso que Luís Filipe Vieira lhe deu quando pensou entrar no mundo da bola na sequência da ideia de salvar o Atlético de Portugal da descida de divisão na Segunda Liga.

"Já o conhecia [Abel Silva] de vir a Lisboa ver jogos do Benfica, e um dia ele falou-me na hipótese de comprar a SAD do Atlético. O clube estava na II Liga, em situação de descida, e fizemos um acordo com os chineses, que tinham maioria na SAD: se não descêssemos, ficávamos com a equipa profissional por 350 mil euros. Disse-lhes que ia meter lá um treinador da minha confiança (Jorge Simão) e cinco jogadores. Fui falar com o presidente do Benfica, e ele disse-me: "Não te metas no futebol, que é um mundo de vigaristas."

Na entrevista à 'Sábado', César Boaventura explica que aí foi ajudado pelo presidente do Benfica com a cedência de jogadores.

"Deixou-me levar para o Atlético o guarda-redes Mika e o Manuel Liz, que estavam na equipa B. Investi lá 120 mil euros e conseguimos não descer, mas depois os chineses não honraram o acordo e foi aí que me virei para o agenciamento de jogadores", recorda, lembrando ainda que foi ele que levou Nélson Semedo do Sintrense para o Benfica.

"Não recebi dinheiro nenhum. Ainda nem era agente, mas foi com esse caso que ganhei gosto por isto."

À 'Sábado', Boaventura explica ainda que "o futebol é um mundo podre e as pessoas prostituem-se para ganhar dinheiro. Prefiro ir para as obras do que fazer isso. O Governo tem de ter mão pesada sobre este clima de terror".

Boaventura sustenta ainda ser vítima de "um plano de destruição montado por FC Porto e Sporting".