Maxi Pereira concedeu uma entrevista ao Maisfutebol – a primeira, desde que saiu do FC Porto – e abordou, precisamente, a despedida do Dragão, que não compreendeu.

O defesa-direito recorda a lesão em Alvalade, que provocou a saída do onze, e o facto de nunca mais ter regressado à equipa. “As decisões do treinador foram noutro sentido”, assinala, nesta conversa.

“Foi um choque. Por mim tinha ficado mais um ou dois anos”, revela Maxi, que destaca o espírito “guerreiro” do clube, com o qual se identifica.

O uruguaio conta que acreditou que ficaria no clube, desde que Sérgio Conceição também ficasse. Mas acabou surpreendido. E lamenta que o treinador nunca lhe tenha explicado porque saiu da equipa.  

“Tenho pena, mas não. [Sérgio Conceição] Nunca me explicou porque nunca voltei ao meu lugar”, diz.

Aos 35 anos, Maxi Pereira diz que se sente bem e considera que teria lugar no atual plantel azul e branco.

“Se calhar, se estivesse no FC Porto ainda estava a jogar. Vejo a equipa e sinto que ainda teria lugar no plantel”, realça.

Aliás, o lado direito da defesa terá sido o mais problemático para Sérgio Conceição. Saravia não mostrou ainda as credenciais que transporta, como internacional argentino, Manafá não é a primeira escolha e o técnico teve de adaptar (com sucesso) Corona.

"Não quero parecer arrogante e dizer que seria eu o titular, mas podia ser opção em determinados jogos", aponta. 

Apesar dos 35 anos, o lateral treina todos os dias e não pensa em encerrar o capítulo. Aliás, nunca imaginou estar sem contrato.

Depois de deixar o FC Porto, Boavista e Rio Ave tentaram contratá-lo. Surgiu um convite do Peñarol, segundo revela ao Maisfutebol, mas sente-se feliz na Invicta, tal como os filhos, que adoram Portugal.

“Nunca tive esta qualidade de vida noutro sítio e já viajei por todo o mundo”, justifica.

Instado a comentar a luta a dois pelo título (só a matemática desmente esta aparente fatalidade), Maxi Pereira fica a torcer pelo FC Porto, mas manifesta “respeito pelo Benfica”.

A propósito da saída do clube da Luz, um esclarecimento: “Não traí o Benfica, o FC Porto fez-me sentir importante”.

O jogador recorda que Pinto da Costa, por intermédio de Antero Henrique, lhe propôs um contrato que Luís Filipe Vieira não quis igualar. Enquanto os dragões propuseram três anos, os encarnados só pretendiam mais dois.

A opção de Maxi é conhecida. “Ninguém me pode acusar de nada, em nenhum dos clubes”, assinala.