Frederico Varandas foi à Sporting TV explicar a saída de Marcel Keizer e a promoção de Leonel Pontes a treinador interino, elogiando o técnico holandês por assumir um desafio que "quase ninguém queria" e conquistar "dois títulos".

"Entendemos que o ciclo de Marcel Keizer fechou-se. Entendemos fechar este ciclo, mas é importante e justo relembrar como o clube estava em novembro de 2019. Keizer aceitou o desafio e cumpriu a missão num ambiente e contexto difícil. Conseguiu vencer dois títulos importantes, o ultimo extremamente importante, simbólico para o Sporting", justificou o dirigente.

Essas duas vitórias foram o princípio do fim da passagem de Keizer por Alvalade, pois fez subir a ambição a um nível que depois não teve correspondência.

"Tinha a expectativa que Keizer continuasse a crescer. A final da Supertaça marcou muito, sentimos que a própria confiança de Keizer baixou e essa confiança sentiu-se a passar ao grupo. A sensação que tínhamos é que a equipa do Sporting tanto podia fazer um jogo muito bom como muito mau. Não teve a ver só com o resultado do Rio Ave, foi ponderada e sentindo a confiança no grupo. Não sentimos a equipa com confiança, achámos que era altura de mudar o ciclo", insistiu Frederico Varandas.

Foi por esse motivo, salientou, que o 'chicote' estalou agora e não antes de se iniciar a temporada 2019/20.

"Alguém ia despedir um treinador que tinha acabado de vencer uma Taça da liga e Taça de Portugal? Alguém faria isto? Tenho a certeza que não", frisou.

Keizer saiu, Leonel Pontes assumiu a equipa principal dos leões.

"Esta direção não abdica da sua estratégia, do seu rumo. O treinador é uma peça importante? Sim, mas não é ele que estabelece a estratégia e o rumo. Vai continuar a linha que aposta muito na formação. A estrutura está montada, altamente profissional, com um rumo, um objetivo e uma estratégia", argumentou.

O presidente do Sporting garantiu que "Leonel Pontes não tem um prazo, tem uma tarefa" a cumprir.

"Não foi escolhido para os sub-23 por acaso, tem muitos anos de formação, conhece o futebol português, sabe a estrutura e a evolução nos últimos anos, conhece bem os plantéis e as unidades de treino de ambos. Em novembro ser português também era importante, mas muitas vezes não se consegue o que se quer e a falta de estabilidade também afeta. Perfil? Que aposte na formação, competente e que tenha resultados", sustentou.

Frederico Varandas comentou ainda a abordagem do Sporting ao mercado.

"O Sporting já tinha feito cinco contratações cirúrgicas para equilibrar o plantel. Depois, deixámos para o final estes três nomes com a venda do Raphinha também. Bolasie é um jogador preparado, maduro, habituado a campeonatos de alta intensidade. O Jesé já estava identificado há muito e finalmente está comprometido com a sua profissão. Se fosse há três anos, não queríamos. Sei como está hoje a sua vida, dentro e fora de campo. O Fernando, em 2016/17 e 2017/18, foi considerado um dos melhores extremos no campeonato do Brasil. Para os cientistas do futebol, Jesé é avançado centro, mas isso não quer dizer que tenha de ser igual a Bas Dost ou Luiz Phellype. Aliás, dá outras valias e formas de jogar. E a melhor época de Vietto foi no Villarreal a jogar como avançado centro", explicou.

"Foi tudo escolhido com critério. Opções de compra? Em alguns existe, noutros existe campo de negociação para ficarmos com o passe", concluiu Frederico Varandas.