Portugal
Uma catástrofe, mister! Uma vergonha, presidente
2018-10-30 22:45:00
O SC Braga entrou forte e determinado, mas a réplica do Nacional chegou a roçar o ridículo

Chegava a fazer confusão a facilidade com que o SC Braga ganhava as zonas laterais do campo com linha aberta para passes centrais sem que existissem jogadores do Nacional entre o portador da bola e os jogadores que na área esperavam para finalizar as jogadas. É verdade que o SC Braga entrou determinado a resolver o jogo, mas a réplica dada pelos rapazes de Costinha chegou a roçar o ridículo. Mais do que incapacidade para suster a energia ofensiva bracarense, os insulares mostraram um estranho desconhecimento das regras básicas do posicionamento defensivo.

O mote estava dado quando aos 20 segundos de jogo Fábio Martins enviou uma bola à trave, aproveitando a apatia da defensiva do Nacional que viu a bola subir e fazer o movimento contrário, para cair nos pés do extremo bracarense sem que fosse importunado. O golo não surgiu nesse lance, mas apareceu cinco minutos mais tarde, na sequência de um pontapé de canto de compêndio. Bola batida por Fábio Martins ao primeiro poste, desvio de Paulinho e no segundo Dyego Sousa empurra para a baliza de um desamparado Daniel. Tudo isto sob o olhar atentos de toda a equipa do Nacional que estava plantada na sua área.

Ora, no final da partida que terminou com a vitória do SC Braga por 5-0, Costinha explicou que fez oito alterações no sentido de gerir o plantel, dar minutos a jogadores que vêm de lesão e evitar a acumulação de fatiga para o próximo jogo do campeonato, a grande preocupação do Nacional. A verdade é que, depois desta pesada derrota, haverá mais coisas com que Costinha terá de se preocupar para além da fatiga. A forma primária como a equipa se deixou esfrangalhar na primeira parte deixa mossa em qualquer um.

Perdeu-se a conta das vezes que os avançados do SC Braga estiveram na cara de Daniel para fazer golos. Não fosse uma mão cheia de grande intervenções do guardião do Nacional e os madeirenses tinham saído da Pedreira com uma goleada das antigas. E apareciam à frente de Daniel vindos de todos os lados. Chegou a fazer confusão a facilidade com que os extremos do SC Braga chegavam a zonas laterais do campo sem que tivessem, entre eles e os jogadores na área, um jogador do Nacional. Impressionante.

A equipa de Abel Ferreira foi para o intervalo a vencer por 4-0, mas dizer que poderia ter ido com mais dois ou três golos marcados não seria favor para ninguém. É verdade que o conjunto minhoto entrou forte, intenso na procura da bola e a tentar verticalizar o jogo, mas a réplica dada pelos jogadores do Nacional chegou a roçar o ridículo. A forma como a equipa tentava ocupar os espaços no momento defensivo fazia lembrar uma equipa de miúdos de nove anos, tal era a descoordenação entre setores.

O momento é complicado para a equipa de Nacional, mas fica difícil perceber o que se passa com uma equipa que sofre o quinto golo na primeira jogada do segundo tempo. Esperava-se que a equipa regressasse ao relvado com o orgulho ferido e espicaçado pelo eventual discurso de Costinha, mas é verdade que o descalabro continuou. Continuou e só não foi pior por o SC Braga voltou a falhar uma mão cheia de oportunidades na segunda metade.

Com o jogo onde queria, Abel Ferreira retirou alguma intensidade ao “treino”. Colocou jogadores em campo para lhes dar alguns minutos, como foi o caso de João Palhinha, Eduardo e Murilo e deixou que o Nacional se aventurasse por terrenos desconhecidos. Os três pontos estavam garantidos e muito provavelmente também a liderança do grupo.

Para a história fica um jogo de um só sentido, mas sobretudo uma equipa sem qualquer coordenação no momento defensivo. Uma catástrofe, terá dito Rui Alves a Costinha momentos após o quinto golo. Uma vergonha terá respondido o treinador.