Portugal
Uma agitação no Sporting, uns retoques no Benfica e um FC Porto em reconstrução
2019-09-03 12:15:00
Uma análise ao comportamento dos três grandes no mercado de transferências

O Benfica mexeu pouco e essencialmente no ataque para a luta pela renovação do título, num mercado de transferências agitado para um FC Porto em reconstrução e um Sporting limitado por condicionalismos financeiros.

Em relação à equipa que o técnico Bruno Lage conduziu à conquista do campeonato, os ‘encarnados' viram partir João Félix para o Atlético Madrid pela verba recorde de 126 milhões de euros - a transferência mais cara de sempre de um clube português e a maior deste verão -, mas também o veterano brasileiro Jonas, que se retirou, e o extremo argentino Eduardo Salvio, de regresso ao seu país, para representar o Boca Juniors.

Em sentido inverso, chegaram à Luz o avançado espanhol Raul de Tomás, a aquisição mais cara deste defeso a nível nacional, por 20 milhões de euros, o ponta de lança brasileiro Vinicius, proveniente do Nápoles a troco de 17 milhões, o criativo Chiquinho, resgatado ao Moreirense por cerca de quatro milhões, e o extremo Caio Lucas, que veio a custo zero do futebol árabe. De resto, a palavra de ordem nos outros setores da equipa foi estabilidade.

Por seu lado, o FC Porto enfrenta a missão de compatibilizar a reconquista do campeonato perdido em 2018/19 com a reconstrução da equipa. Os ‘dragões' acabaram por investir cerca de 60 milhões nesta janela de transferências, com destaque para as contratações dos extremos Nakajima (12 milhões) e Luís Diaz (sete milhões), do guarda-redes Marchesín (7,5 milhões), do médio Uribe (nove milhões), do avançado Zé Luís (8,5 milhões de euros) e do regressado defesa Marcano (três milhões).

Uma aposta forte e em várias frentes dos ‘azuis e brancos', em virtude da partida de várias referências do plantel portista nos últimos anos. Herrera, Brahimi e Maxi Pereira saíram a custo zero, Felipe rendeu 20 milhões ao rumar ao Atlético Madrid e Éder Militão protagonizou a maior transferência no clube neste defeso: 50 milhões pagos pelo Real Madrid. É de realçar ainda a incerteza em torno de Casillas, cujo problema de saúde obrigou o clube a mexer na baliza.

Quanto ao Sporting, teve um mercado muito turbulento, marcado sobretudo pela ‘novela’ de uma transferência que não se chegou a consumar. Aliás, os rumores sobre o capitão e a saída (que não gera unanimidade) de Bas Dost agitaram o reino do leão, que viu partir outro titular indiscutível: Raphinha.

Bruno Fernandes era dado como ‘alvo' de alguns dos maiores clubes de Inglaterra e Espanha, mas os números apresentados não convenceram os ‘leões', que assim mantiveram a sua maior estrela.

O mesmo não aconteceu com outros valores do plantel às ordens de Marcel Keizer, evidenciando-se as saídas de Bas Dost para o Eintracht Frankfurt (7,5 milhões), Raphinha (Rennes, 21 milhões) e Thierry Correia (Valência, 12 milhões) já na reta final deste mercado.

As dificuldades financeiras da SAD ‘leonina' não permitem grandes apostas, mas ainda assim foram contratados os avançados Vietto e Rafael Camacho, bem como o médio Eduardo Henrique e os defesas Rosier e Luís Neto. Já no dia de encerramento do mercado, o Sporting fez um ‘sprint' final por alguns empréstimos e garantiu as chegadas do avançado Jesé Rodriguez e dos extremos Fernando e Yannick Bolasie.

Numa leitura mais global da I Liga, é possível constatar - de acordo com o site especializado ‘TransferMarkt' - que os clubes portugueses investiram um total de cerca de 142 milhões e lucraram com transferências aproximadamente 380 milhões, o que resulta num saldo positivo de quase 238 milhões.