Portugal
Um Natal descansado nos bancos da Liga, como há muito não se via
2017-12-25 00:00:00
Na última época só em dezembro registaram-se cinco mudanças de treinadores, tantas como em toda a presente temporada

É certo que dezembro ainda não chegou ao final, mas nem por isso os treinadores da Primeira Liga vão deixar de viver uma quadra natalícia mais descansada. Sobretudo, se nos lembrarmos da última temporada da Liga, onde foi batido um recorde de 19 despedimentos. Só cinco aconteceram no mês de dezembro. Tantos quantos os que aconteceram até ao momento na Liga 2017/18.

Desde o final de outubro que o chicote deixou de estalar entre as equipas da Primeira Liga, o que parece denotar mais “paciência” entre os dirigentes dos clubes portugueses. Este é um cenário raro nas últimas épocas. É preciso recuar até 2014/15 para encontrar um Natal tão calmo nos bancos da Liga. Foi também nessa temporada que se viu pela última vez um número de despedimentos inferiores ao atual. Nessa época apenas dois treinadores foram despedidos até dezembro. O Gil Vicente trocou João de Deus por José Mota, logo em agosto, e o FC Penafiel trocou Ricardo Chéu por Rui Quinta, em setembro. No final de 2014/15 registaram-se apenas oito “chicotadas”, um recorde da presente década - tal como na primeira metade da época.

Na época seguinte, em 2015/16, nove despedimentos, sendo que seis deles foram na primeira metade da temporada e dois foram mesmo em dezembro. O “descalabro” aconteceu na última temporada, com 19 despedimentos, onze deles na primeira metade da época e com cinco só em dezembro. Ou seja, registaram-se tantas mudanças no mês do Natal como em cinco meses na presente época. Resta saber se o ritmo vai continuar calmo e superar o registo de 2014/15. Algo que representaria uma significativa mudança de paradigma em relação à “dança das cadeiras” que se verificou na última época.

Boavista bem-sucedido. Paços de Ferreira nem por isso

Até ao momento já se registaram cinco mudanças de treinadores. O primeiro de todos aconteceu entre a quarta e quinta jornada e com efeitos positivos. Jorge Simão rendeu Miguel Leal no Boavista e os axadrezados dispararam na tabela, subindo do 16.º posto ao atual oitavo. Este foi o maior caso de sucesso entre as cinco “chicotadas” já realizadas. De resto nenhum dos outros conseguiu subir, para já, mais que dois lugares, e há até quem tenha piorado o cenário da respetiva equipa.

Foi também frente ao Benfica que Lito Vidigal se estreou no campeonato pelo Aves, à nona jornada, depois de suceder a Ricardo Soares. O técnico angolano apanhou a equipa no sexto posto e, desde então, subiu duas posições na tabela. Tantos como Sérgio Vieira, que já conseguiu tirar o Moreirense do último posto para fora dos lugares de despromoção, colocando-o no 16.º posto, após tomar o lugar de Manuel Machado, à décima primeira jornada.

Registo ainda para a troca de Pedro Emanuel por Ivo Vieira, à 12.ª jornada. O técnico madeirense conseguiu tirar os canarinhos do último posto, mas ainda não tirou o clube dos lugares de despromoção, subindo apenas um lugar até ao 17.º posto. Por fim, Vasco Seabra deu o lugar a Petit no FC Paços de Ferreira, à entrada para a décima jornada, mas os “castores” desceram da 13.ª para a 15.ª posição, desde então.