Portugal
Um mundo a girar em torno de Bruno (Fernandes, claro)
2018-07-28 23:05:00
Sporting empata a um golo com o Olympique Marselha no jogo de apresentação com o camisola 8 em grande

Fora dos relvados é outro o Bruno que tenta dar nas vistas e não cair no esquecimento, mas dentro das quatro linhas é Bruno Fernandes quem impera. Foi assim no empate a um golo averbado pelo Sporting este sábado frente ao Olympique Marselha no jogo de apresentação aos sócios e adeptos leoninos. Todo o futebol verde e branco girou em torno do talento do virtuoso camisola 8, que surgiu em campo como o cérebro que transformou em realidade as ideias preconizadas por Jpsé Peseiro. Com Petrovic e Wendel nas costas, Bruno Fernandes posicionou-se bem na zona central do relvado a coordenar as operações de ataque com Matheus Pereira descaído sobre o lado direito e Nani, que envergou a braçadeira de capitão, no flanco oposto, no apoio mais direto ao homem mais avançado, no caso Fredy Montero (com poucos dias de trabalho, Bas Dost iniciou o desafio no banco de suplentes).

O bom entendimento revelado entre Bruno Fernandes, que envergou a braçadeira de capitão após a substituição de Nani, Matheus e Nani saltou à vista, pese embora o facto de ainda estarmos em fase de pré-época, num meio campo de ataque de alta rotação, que promete e que tentou emendar rapidamente o tremendo erro de Viviano que, aos quatro minutos, ofereceu, literalmente, o golo a Germain.

A tendência para o erro, dizem os especialistas, é mais comum no decorrer da pré-temporada e o erro foi um factor recorrente na apresentação leonina aos sócios. Os dois únicos lances de perigo do Olympique de Marselha resultaram de dois passes comprometedores, do já citado Viviano e de Jefferson, que no dealbar do primeiro tempo também teve o seu momento de desconcentração.

A verdade é que o guarda-redes leonino não efetuou uma única defesa, uma única (está a ler bem) durante toda a primeira parte, ficando refém de um erro, pelo qual se penitenciou, recebendo dos adeptos proporcional apoio, que fez questão de agradecer em pleno relvado.

O primeiro quarto de hora dos leões foi muito bom, com alguns momentos de empolgamento, fruto da beleza do tecnicismo de Bruno Fernandes, bem secundado por Matheus, Nani e um móvel Montero, que foi um quebra-cabeças para o útimo reduto francês. Faltou, no entanto, fazer o mais importante: marcar golos. A criatividade deste trio teve expressão no volume de futebol ofensivos do leões, mas não teve a necessária correspondência em termos de concretização. Foi preciso André Pinto ir lá à frente e, após insistência, igualar o desafio.

Há um outro aspeto a rever por José Peseiro. Fruto de defesa em linha utilizada por Rudi Garcia, foram inúmeras as vezes em que o Sporting caiu na armadilha do fora de jogo, facto que não deixou de exasperar os adeptos a determinada altura do encontro e que acaba por funcionar contra o crescer de ansiedade de uma equipa que tenta dar a volta a um resultado.

Realce também para a boa entrada de Raphinha em jogo. O extremo ex-Vitória de Guimarães emprestou dinamismo à equipa, criou desequilíbrios e ajudou para a boa ponta final do Sporting que ainda arranjou um último fôlego para tentar chegar ao triunfo, também com a ajuda de Bas Dost e Coates, que entraram em campo nos derradeiros minutos.

Sporting-Olympique Marselha, 1-1 Germain (4'), André Pinto (61')

Sporting: Viviano (Salin, 81'); Ristovski (Bruno Gaspar, 63'), Mathieu (Coates, 86'), André Pinto (Marcelo, 63') e Jefferson (Acuña, 81'); Petrovic (Lumor, 84') e Wendel (Misic, 63'); Matheus Pereira (Raphinha, 63'), Bruno Fernandes (Bas Dost, 86') e Nani (Jovane Cabral, 81'); Montero (Castaignos, 63').