Quem foi ao Estádio Municipal de Braga assistiu aos 45 minutos mais entretidos desta primeira jornada da Liga. Houve quatro golos, lances bonitos, um penálti e vários erros individuais daqueles deixam qualquer jogo mais interessante - menos para os adeptos da equipa que os comete. No segundo tempo as coisas mudaram, o ritmo baixou e o SC Braga soltou-se de um Nacional com muita qualidade e que promete surpreender os que consideram que os recém-promovidos não têm o direito de lutar por mais que não a permanência. Com Dyego Sousa e Ricardo Horta a bisarem para os minhotos e Bryan Róchez a fazer o mesmo para os madeirenses, a equipa de Abel bateu a de Costinha por 4-2 e começou a Liga com o pé direito, confirmando dessa forma o favoritismo para esta partida.
O início de jogo foi sufocante. O SC Braga partiu para cima da defesa do Nacional com uma garra que assustou os visitantes. Logo aos 2', Cerqueira perdeu a bola e os arsenalistas estiveram perto do 1-0, não fosse o guardião Daniel evitar. Mas Daniel não conseguiu evitar o golo no ataque seguinte do SC Braga, com Fransérgio a lançar Dyego Sousa na desmarcação e o avançado a faturar. Tudo (aparentemente) fácil, rápido e simples, fugindo a qualquer tipo de complexidade, até porque, por vezes, essa é a melhor forma de ter sucesso. A mesma fórmula podia ter resultado no 2-0 logo a seguir, mas Dyego Sousa respondeu ao cruzamento de Esgaio com um cabeceamento para fora.
O Nacional, ainda assim, respondeu muito bem ao golo sofrido. Não tinha mais bola que o SC Braga - nem queria ter -, mas trocava-a com muita qualidade e partia para o ataque de forma muito organizada. Camacho era a maior arma, dando muito trabalho ao lado direito da defesa adversária graças à grande velocidade. A juntar a isso, Matheus esteve num dia 'não' e começou a somar vários erros individuais, falhando passes e desentendendo-se com os seus centrais. Foi graças a isso que o Nacional conquistou um penálti aos 21', com Matheus e Raúl Silva a falharem e a bola a sobrar para Vítor Gonçalves, que foi depois derrubado pelo guardião bracarense. Na conversão, Róchez fez o que lhe competia e empatou o marcador.
O jogo continuou animado, com as duas equipas a rematarem sempre que lhes era permitido. E foi seguindo essa regra que o SC Braga voltou a colocar-se na frente. Dyego Sousa roubou a bola ao ingénuo Alhassan, avançou no terreno e, ainda de longe, rematou rasteiro e colocado com a bola a bater no poste antes de entrar para fazer um golo de belo efeito. Mas o Nacional voltou a responder muito bem. No seguimento de um canto, Matheus voltou a falhar e a bola ficou à mercê de Róchez, que atirou lá para dentro sem dó nem piedade. Passou a ser um SC Braga-Nacional aliado a um Dyego Sousa-Bryan Róchez e estava tudo empatado a dois golos ao intervalo.
Reatada a partida, o SC Braga entrou muito bem mais uma vez e chegou ao 3-2 aos 48'. E foi aí que Dyego Sousa venceu Bryan Róchez: o ponta-de-lança brasileiro trabalhou na esquerda e assistiu Ricardo Horta, que fez uma rotação belíssima com a bola antes de marcar. Com a assistência, Sousa triunfou no 'duelo' improvisado com o hondurenho.
Mas nada estava resolvido até porque Matheus continuava a tremer lá atrás e o Nacional utilizava uma pressão muito alta para impedir o SC Braga de sair a jogar como gosta. Assim sendo, os visitados fizeram o mais correto e baixaram o ritmo da partida, o que só beneficiou os minhotos. O Nacional até conseguiu alguns remates em zonas perigosas, mas já não apanhou os encarnados e brancos desprevenidos, que chegaram ao 4-2 naturalmente e logo com a melhor jogada da partida. Fransérgio encontrou uma maneira mágica de servir Diogo Figueiras e este ofereceu o golo a Ricardo Horta, que, dali, já se sabe que não falha.
A partir daí, o jogo 'morreu' competitivamente, com o SC Braga a ter a posse de bola e a somar mais algumas oportunidades de golo. Valeu o guarda-redes Daniel e o central Arthur ao Nacional, assim como o poste, que impediu Xadas de marcar já em tempo de compensação. O resultado acaba por ser justo, dado o grande volume ofensivo do SC Braga, os erros de Matheus e a qualidade do Nacional. Os três pontos ficam onde todos apostavam que iam ficar, mas o Nacional só pode voltar para a Madeira de cabeça erguida.