Portugal
Um Dyego e um Ricardo contra um Bryan e no fim ganha o SC Braga
2018-08-12 23:40:00
O Nacional bateu-se muito bem contra os arsenalistas, mas a qualidade veio ao de cima no momento certo

Quem foi ao Estádio Municipal de Braga assistiu aos 45 minutos mais entretidos desta primeira jornada da Liga. Houve quatro golos, lances bonitos, um penálti e vários erros individuais daqueles deixam qualquer jogo mais interessante - menos para os adeptos da equipa que os comete. No segundo tempo as coisas mudaram, o ritmo baixou e o SC Braga soltou-se de um Nacional com muita qualidade e que promete surpreender os que consideram que os recém-promovidos não têm o direito de lutar por mais que não a permanência. Com Dyego Sousa e Ricardo Horta a bisarem para os minhotos e Bryan Róchez a fazer o mesmo para os madeirenses, a equipa de Abel bateu a de Costinha por 4-2 e começou a Liga com o pé direito, confirmando dessa forma o favoritismo para esta partida.

O início de jogo foi sufocante. O SC Braga partiu para cima da defesa do Nacional com uma garra que assustou os visitantes. Logo aos 2', Cerqueira perdeu a bola e os arsenalistas estiveram perto do 1-0, não fosse o guardião Daniel evitar. Mas Daniel não conseguiu evitar o golo no ataque seguinte do SC Braga, com Fransérgio a lançar Dyego Sousa na desmarcação e o avançado a faturar. Tudo (aparentemente) fácil, rápido e simples, fugindo a qualquer tipo de complexidade, até porque, por vezes, essa é a melhor forma de ter sucesso. A mesma fórmula podia ter resultado no 2-0 logo a seguir, mas Dyego Sousa respondeu ao cruzamento de Esgaio com um cabeceamento para fora.

O Nacional, ainda assim, respondeu muito bem ao golo sofrido. Não tinha mais bola que o SC Braga - nem queria ter -, mas trocava-a com muita qualidade e partia para o ataque de forma muito organizada. Camacho era a maior arma, dando muito trabalho ao lado direito da defesa adversária graças à grande velocidade. A juntar a isso, Matheus esteve num dia 'não' e começou a somar vários erros individuais, falhando passes e desentendendo-se com os seus centrais. Foi graças a isso que o Nacional conquistou um penálti aos 21', com Matheus e Raúl Silva a falharem e a bola a sobrar para Vítor Gonçalves, que foi depois derrubado pelo guardião bracarense. Na conversão, Róchez fez o que lhe competia e empatou o marcador.

O jogo continuou animado, com as duas equipas a rematarem sempre que lhes era permitido. E foi seguindo essa regra que o SC Braga voltou a colocar-se na frente. Dyego Sousa roubou a bola ao ingénuo Alhassan, avançou no terreno e, ainda de longe, rematou rasteiro e colocado com a bola a bater no poste antes de entrar para fazer um golo de belo efeito. Mas o Nacional voltou a responder muito bem. No seguimento de um canto, Matheus voltou a falhar e a bola ficou à mercê de Róchez, que atirou lá para dentro sem dó nem piedade. Passou a ser um SC Braga-Nacional aliado a um Dyego Sousa-Bryan Róchez e estava tudo empatado a dois golos ao intervalo.

Reatada a partida, o SC Braga entrou muito bem mais uma vez e chegou ao 3-2 aos 48'. E foi aí que Dyego Sousa venceu Bryan Róchez: o ponta-de-lança brasileiro trabalhou na esquerda e assistiu Ricardo Horta, que fez uma rotação belíssima com a bola antes de marcar. Com a assistência, Sousa triunfou no 'duelo' improvisado com o hondurenho.

Mas nada estava resolvido até porque Matheus continuava a tremer lá atrás e o Nacional utilizava uma pressão muito alta para impedir o SC Braga de sair a jogar como gosta. Assim sendo, os visitados fizeram o mais correto e baixaram o ritmo da partida, o que só beneficiou os minhotos. O Nacional até conseguiu alguns remates em zonas perigosas, mas já não apanhou os encarnados e brancos desprevenidos, que chegaram ao 4-2 naturalmente e logo com a melhor jogada da partida. Fransérgio encontrou uma maneira mágica de servir Diogo Figueiras e este ofereceu o golo a Ricardo Horta, que, dali, já se sabe que não falha.

A partir daí, o jogo 'morreu' competitivamente, com o SC Braga a ter a posse de bola e a somar mais algumas oportunidades de golo. Valeu o guarda-redes Daniel e o central Arthur ao Nacional, assim como o poste, que impediu Xadas de marcar já em tempo de compensação. O resultado acaba por ser justo, dado o grande volume ofensivo do SC Braga, os erros de Matheus e a qualidade do Nacional. Os três pontos ficam onde todos apostavam que iam ficar, mas o Nacional só pode voltar para a Madeira de cabeça erguida.