O campeonato regressou mas o nível futebolístico tem deixado a desejar, no dizer de alguns comentadores da bola, sendo que já antes alguns técnicos tinham admitido que uma retoma quase três meses depois, nas circunstâncias atuais, não permitia augurar grandes espetáculos dentro dos relvados.

Até ao momento, cinco partidas resultaram em 10 golos, três empates e dois triunfos. Só Famalicão (frente ao FC Porto) e Portimonense (diante do Gil Vicente) conseguiram vencer.

Mas é ao nível do futebol praticado que mais se vai notando alguma dificuldade na retoma, com jogadores aqui e ali a apresentarem fadiga e com a intensidade a ser baixa.

Manuel Cajuda, histórico treinador português, olha para o que já se jogou na retoma do campeonato, após a longa paragem, e tem uma leitura muito própria.

O técnico salienta que "quem se prende a teorias jamais vive o prazer da prática".

Em mensagem deixada nas redes sociais, o treinador, que recentemente conversou com o Bancada, diz que tem notado "subprincípios e princípios a mais e futebol (golo) a menos".

Cajuda salienta que já tinha avisado, anteriormente, que estamos com "iogurtes a mais e medronho a menos".

Após a paragem, e já depois de terem decorrido alguns jogos, entre os quais dos apelidados 'três grandes', Cajuda nota que o período de confinamento teve um resultado evidente em todos os que foram falando de futebol.

"Noventa e cinco por cento deles nada mais fizeram do que trocar oxigénio por dióxido de carbono".

Vários treinadores têm lamentado o nível exibicional.

"O jogo teve pouca qualidade, o que é natural, tendo em conta as circunstâncias", admitiu Vítor Oliveira após a derrota em Portimão.

Já Lage notou o seu Benfica "lento" a partir de "determinada altura" no empate com o Tondela.

Sérgio Conceição disse após a derrota em Famalicão que "esperava mais" do FC Porto e Rúben Amorim admite que "todas as equipas vão melhorar" e promete um Sporting "no ponto" daqui a algumas jornadas.