Portugal
Um Boavista renascido que já sabe o que é derrubar um grande
2017-10-27 16:35:00
Equipa axadrezada mudou radicalmente desde que Jorge Simão assumiu o comando técnico

O maior dérbi da cidade do Porto tem lugar este sábado, pelas 20h30, no Estádio do Bessa, com o Boavista a tentar dar contuidade ao momento de forma que leva na Liga desde que Jorge Simão é treinador da equipa. Os boavisteiros recebem o FC Porto sabendo o que significa vencer um dos três grandes este ano depois de o Benfica cair no recinto do Boavista no primeiro jogo com Jorge Simão no banco de suplentes.

O arranque do Boavista na Liga foi desastroso. O clube perdeu quatro dos cinco primeiros jogos, tendo saído sempre derrotado pela margem mínima nos encontros com Portimonense (1-2), Rio Ave (1-2), Marítimo (0-1) e Vitória de Guimarães (0-1). Pelo meio, o Boavista venceu por 1-0 na receção ao Aves, assegurando os primeiros três pontos no campeonato, mas Miguel Leal acabou mesmo por deixar o comando técnico

Uma das principais características do conjunto de Miguel Leal que começou a época era o baixo número de golos. Em cinco jogos, os nortenhos faturaram apenas três vezes, com dois dos golos a serem apontados por Rochinha e outro por Raphael Rossi, o que é demonstrativo da falta de acerto dos avançados do Boavista, que não conseguiram fazer na Liga aquilo para o qual são mais necessários - marcar golos - com Miguel Leal no comando em 2017/18.

A equipa base do antigo técnico do Boavista não é muito diferente daquela utilizada por Jorge Simão. As únicas mudanças significativas aconteceram na posição mais à esquerda da defesa (Vítor Bruno era o escolhido) e no meio-campo, onde David Simão assumiu a titularidade definitiva com Jorge Simão. Contudo, o ex-Benfica foi reforço de última hora para o Boavista, pelo que Miguel Leal teve pouco tempo de trabalho com Simão.

O Boavista de Miguel Leal

Com Jorge Simão, a equipa começou a marcar golos e, principalmente, ganhar. Logo na estreia, com dois dias de trabalho, o treinador levou a equipa à vitória no Bessa contra o Benfica, por 2-1. Esse foi o mote necessário para o Boavista ganhar a motivação necessária para entrar no caminho dos bons resultados onde está atualmente, provando ainda que o Boavista já tem a experiência de ganhar a um grande esta temporada. O jogo com o FC Porto, também em casa, enquadra-se nas mesmas condições.

Seguiu-se um empate com o Vitória em Setúbal (1-1), uma vitória em casa ante o Feirense (1-0) e, na última jornada, a maior vitória do Boavista em 2017/18. Numa deslocação ao concelho de Cascais, os portuenses não deram hipóteses ao Estoril-Praia e venceram por 3-0 no Estádio António Coimbra da Mota.

Se as fragilidades ofensivas eram imagem de marca com Miguel Leal, que viu a sua formação marcar três golos nos cinco primeiros jogos, nada disso se passa com o atual Boavista, que tem sete golos marcados em quatro jogos com o novo treinador. Renato Santos (2), Fábio Espinho, Mateus, Carraça, Rui Pedro e Kuca faturaram.

Os bons resultados do Boavista com Jorge Simão à frente fizeram a equipa subir da 17ª posição em que se encontrava quando Miguel Leal saiu, com apenas três pontos em cinco jornadas, para o sétimo lugar, com 13 pontos. Tudo isto em apenas quatro jogos em que os panteras negras conquistaram dez pontos em 12 possíveis.

Em relação ao onze titular, Simão remetendo Vítor Bruno e Rochinha para o banco, escolhendo Talocha e David Simão, respetivamente, para essas posições. Leonardo Ruiz também parece ter deixado de ser opção (mas isso pode mudar de figura no jogo com o FC Porto).

O Boavista de Jorge Simão

Para o jogo deste sábado, contudo, o Boavista não poderá contar com alguns jogadores importantes. Iván Bulos, Edu Machado e Tiago Mesquita estão lesionados e não vão ser opção para Jorge Simão no jogo com os dragões. Rui Pedro também não estará disponível por estar emprestado, precisamente, pelo FC Porto, não podendo defrontar os vice-campeões nacionais.

As ausências de Bulos e Rui Pedro criam um problema para o técnico do Boavista na posição de ponta-de-lança, dado que têm sido os preferidos para utilizar na Liga. Jorge Simão pode optar por colocar Mateus no meio, tendo ainda escolhas como Leonardo Ruiz, avançado emprestado pelo Sporting que até começou a época a titular, assim como Ricardo Clarke (Panamá) ou Yusupha Nije (Gâmbia), mas o angolano e o colombiano devem partir à frente destes últimos dois.

Já Edu Machado, que deverá ficar parado durante vários meses, não pode ser substituído por Tiago Mesquita, também de fora. A solução deve voltar a passar por Carraça, que já jogou no Estoril e até marcou um golo. De resto, pouco ou mesmo nada deve mudar na formação que vai ser escalada pelo antigo treinador de Belenenses, FC Paços de Ferreira, GD Chaves ou SC Braga.