Carlos Carvalhal afirmou que a passagem pelo Sporting, que orientou durante cerca de meio ano na época de 2009/10, ficou sem qualquer futuro a partir do momento em que teve de contestar o presidente.
O então treinador dos leões sentiu que tinha de proteger o plantel depois de José Eduardo Bettencourt ter apelidado o capitão de equipa, João Moutinho, de "maçã podre".
"Não podia admitir que o presidente dissesse 'nós aqui temos um capitão assim, mas deveríamos ter um capitão como aquele, aquele ou aquele'", justificou Carvalhal, em entrevista ao jornal Record.
O então treinador do Sporting confrontou o presidente, na presença do plantel.
"Tracei o meu destino no Sporting numa palestra do presidente aos jogadores em que tive de intervir de uma forma muito dura, de proteção ao grupo. Senti nesse dia, e estamos a falar de mais de três meses até ao final da época, que não iria continuar", acrescentou.
E assim foi, com Paulo Sérgio, que tinha começado a época no Vitória de Guimarães, a substituir Carlos Carvalhal no banco leonino em maio de 2010.
Mas o ex-treinador do Sporting fez ainda questão de lembrar as condições em que tinha assumido o desafio.
"Apanho o clube em nono lugar, num período muito conturbado. Além do mais, a imagem da minha entrada no clube não foi forte, nem sequer fui apresentado na sala de imprensa", sustentou.
Pelo trabalho que tem desenvolvido, Carvalhal acreditou que em Portugal o futuro só pode passar por um dos grandes, desde que lhe sejam dadas garantias para trabalhar.
"Só volto a um grande se me vierem buscar pela mão", afirmou.
Como neste momento os grandes têm "bons treinadores", o futuro, depois de terminado o contrato com o Rio Ave, passará por "voltar para Inglaterra", concluiu Carlos Carvalhal.