Jesualdo Ferreira vive um drama profissional: aos 73 anos, hesita entre continuar uma carreira bem sucedida ou optar pela reforma, com o risco de se aborrecer por estar longe dos relvados.

Numa entrevista a O Jogo, o treinador – um dos poucos que orientou os três grandes, sendo ainda apontado como um dos obreiros da ascensão do SC Braga – analisou a carreira e fez questão de reclamar um mérito: a qualidade exibicional de todas as equipas que montou.

"Todas as minhas equipas jogavam bem", afirmou: "No Al-Sadd, no Egito, no Braga, todas as minhas equipas jogaram bem, modéstia à parte".

Já antecipando as críticas, insistiu: "Posso ter uma data de gente a estar contra, mas as minhas equipas jogaram sempre bem, sempre. Porque esse é um perfil de futebol que gosto".

"As minhas equipas têm que ser ofensivas, têm que procurar ganhar sempre, têm que me satisfazer. A minha satisfação, enquanto treinador, é a minha equipa jogar melhor do que os adversários e que os jogadores se sintam felizes da forma como jogam", explicou.

O futebol tem sido a vida do único treinador português campeão em três continentes (Europa, África e Ásia) e, passe o chavão, uma vida só é vivida em pleno quando se tem prazer.

"No fundo, não estou ali para morrer, estou ali para viver e tenho de ter gozo no que faço", concluiu.

Entre outros títulos, Jesualdo Ferreira soma três vezes campeão em Portugal, uma no Egito e uma Qatar, tendo ainda duas Taças de Portugal, uma Taça do Egito, uma Taça do Qatar, uma Supertaça de Portugal e uma Supertaça do Qatar.