Portugal
"Já ouvi dizer que desde que Weigl entrou o Benfica começou a cair [risos]"
2020-02-26 10:10:00
Antigo chefe do scouting do Benfica que está agora no Shakhtar Donetsk

A chegada de Julian Weigl ao Benfica acabou por surpreender pelo facto de um internacional alemão, jogador do Borussia Dortmund, ter aceitado rumar à I Liga portuguesa, coisa que não tem sido comum, nas últimas décadas. 

Apesar disso, a performance do médio tem levado a algumas desconfianças, sobretudo porque, nas últimas semanas, o Benfica tem vindo a atravessar o período mais delicado desde que Bruno Lage assumiu o comando técnico dos encarnados.

José Boto, antigo chefe do scouting do Benfica, agora no Shakhtar Donetsk, próximo adversário das águias na Liga Europa, destaca a capacidade que os encarnados mostraram ao nível do projeto e da saúde financeira para convencer um atleta da craveira de Weigl a mudar-se para a Liga NOS.

"O caso do Weigl deve ser bem salientado, porque ir buscar um jogador à Alemanha é muito complicado e eu sei porque fiz algum scouting lá e não era fácil convencer um alemão a vir para Portugal", referiu José Boto, em entrevista ao jornal 'A Bola'.

O antigo chefe do souting encarnado lembra que nem jogadores de "segundo plano" é simples contratar na Bundesliga quanto mais um internacional alemão como Weigl.

"Convencer um internacional alemão A, que jogava no Dortmund - apesar das pessoas dizerem que perdeu espaço, o perder espaço eram 15 jogos [risos] - e mesmo que fosse verdade que o Dortmund não o queria muito, era jogador que tinha mercado em muitos clubes alemães. Convencê-lo para a vir para a Liga portuguesa…? Tiro o meu chapéu a quem o convenceu."

José Boto considera, por isso, que a chegada de Weigl foi "um passo e marco no que são as contratações em Portugal".

Relativamente à entrada do alemão no onze do Benfica, Boto é claro: "Já ouvi dizer que desde que Weigl entrou o Benfica começou a cair [risos]. Conheço o Weigl, é bom jogador, de inegável categoria."

Sobre as análises à forma de jogar do internacional alemão, o dirigente do Shakhtar lembra que "em Portugal analisamos tudo muito rapidamente e de forma extemporânea". "Muitas vezes fazemos relações que não têm nada a ver", realçou.

José Boto explica ainda que jogadores como Weigl não existem em abundância em Portugal. "Não temos muitos jogadores, principalmente naquela posição, com a capacidade que ele tem, também é verdade."