José Peseiro afirmou ter sido maltratado no Sporting, que treinou por duas vezes, mas apontou os leões como "o clube que menos contribui" para o ambiente cada vez pior que se vive no futebol nacional.
Ao intervir na conferência promovida pela Renascença, em Lisboa, o ex-técnico leonino recordou a turbulência da segunda passagem pelo Sporting, entre a destituição de Bruno de Carvalho e a eleição de Frederico Varandas.
Contratado por Sousa Cintra, então líder da comissão de gestão, Peseiro foi despedido após uma derrota caseira para a Taça da Liga, diante do Estoril.
"Tenho razões de queixas do Sporting, pela forma como fui tratado por duas vezes, mas o Sporting é o clube que menos contribui para este ambiente. Exceto quando estava lá o Bruno de Carvalho", afirmou.
Resolvidos os conflitos diretivos, os leões terminaram a época a conquistar a Taça de Portugal, que se juntou à vitória na Taça da Liga.
"Sei que eu, a minha equipa técnica e a comissão de gestão fizemos uma equipa que ganhou uma Taça da Liga e uma Taça de Portugal. Sei que contribuí para fazer uma equipa que ganhou a Taça da Liga e Taça de Portugal", ressalvou Peseiro.
O treinador reclamou o mérito de, na sequência do ataque à Academia de Alcochete, ter montado uma equipa "sem tempo" para fazer a pré-época, com jogadores que regressaram após terem rescindido unilateralmente e que tinham "muita gente contra" e outros atletas que "diziam que queriam ir embora, porque sentiam que não tinham condições para continuar".
"Têm de dar mérito ao que foi a época do Sporting. Só quem esteve dentro do clube sabe o que se passou", insistiu.
"Felizmente, agora há quem aplaude", concluiu Peseiro, referindo-se a Marcel Keizer, que o elogiou publicamente: "Pena outras pessoas não terem dito isso, mas disse o treinador e o Bruno Fernandes, o capitão, e basta".