Dois golos de meia-distância de execução perfeita, um de Mathieu, de livre direto, mais a jeito, e outro de Bruno Fernandes, uma “bomba” do meio da rua, foram o suficiente para o Sporting vencer com tranquilidade o CD Tondela e continuar assim a série invicta de seis jogos consecutivos na Liga a somar três pontos. Resultado que permite aos leões isolarem-se, à condição, na liderança do campeonato, com mais três pontos do que o FC Porto, que joga este sábado com o Rio Ave, em Vila do Conde, e mais cinco do que o Benfica que perdeu no Bessa com o Boavista.
Sem fazer um grande jogo, pouco criativa no processo ofensivo, o Sporting foi um justo vencedor e a revelar uma das suas armas desta época: a meia-distância e as bolas paradas que ganharam dois especialistas, Bruno Fernandes e Mathieu. Perante um CD Tondela fechado no seu último reduto e com as linhas muito juntas, os leões sentiram dificuldades em desbloquear a estrutura fechada da equipa de Pepa e só dois remates de longe resolveram o problema. Sobretudo em casa, a equipa pode não criar muitas oportunidades de golo, ter dificuldades no processo ofensivo, mas tem-se revelado letal nos remates que faz às balizas adversárias.
O golo de Mathieu, de livre direito, a fazer lembrar o defesa central André Cruz, antigo jogador dos leões, que era um exímio especialista nestes lances, acabou por desbloquear um início de jogo morno do Sporting que encontrou pela frente um CD Tondela bem organizado a defender num bloco médio baixo e a conseguir ter a bola em posse. Um golo que veio dar ao Sporting a necessária tranquilidade para tentar começar a desmontar a organização defensiva do CD Tondela que permanecia vivo no jogo, a conseguir chegar por mais de uma vez à área leonina, cuja defesa ia, no entanto, resolvendo as situações mais apertadas.
O CD Tondela na segunda parte esticou mais a manta, em busca do golo do empate e teve o melhor momento nos primeiros vinte minutos, anulando não só a pressão do Sporting como também conseguindo saídas para o ataque que, no entanto, esbarravam na eficácia da defesa leonina que voltou a ficar a zeros, e na incapacidade dos atacantes do CD Tondela definirem melhor. O golo de Bruno Fernandes acabou por “matar” o jogo, até pelo impacto da “obra” do médio do Sporting, que vai no seu quarto jogo consecutivo a marcar. Um golo que serenou alguns sinais de inquietude que começavam a pairar no Sporting, que estava a ganhar bem mas com um resultado perigoso e que avivava fantasmas recentes relacionado com a dificuldade em segurar as vantagens.
Uma das lacunas apresentadas pelo Sporting na primeira parte foi a pouca pressão exercida ao portador da bola do CD Tondela, com William Carvalho e Bruno Fernandes muito macios. Sentia-se a falta de Battaglia, que dá mais intensidade à recuperação de bola e outro critério às transições ofensivas, situação que Jorge Jesus mais tarde emendou fazendo sair Alan Ruiz, numa noite desinspirada, a falhar passes atrás de passes, lançando o médio argentino e passando Bruno Fernandes para o apoio a Bas Dost. Com o acrescento de Gelson em detrimento de Iuri, e após o golaço de Bruno Fernandes, numa altura em este que já pisava terrenos mais adiantados, o Sporting teve o melhor período exibicional no jogo. Quinze minutos em que os leões criaram oportunidades de golo claras, com destaque para William Carvalho que atirou uma bola ao poste e outra à barra.
Vitória justa do Sporting que mesmo sem fazer uma boa exibição, voltou a mostrar um nível de eficácia tremendo. A equipa teve quatro remates enquadrados à baliza de Cláudio Ramos, marcou dois golos longe da área. E ganhou sem Bas Dost faturar. Mas até aqui este novo Sporting parece ter resolvido um problema: não estar tão dependente dos golos do holandês para ganhar.
