Portugal
Sporting não olhou bem para Benfica e FC Porto. Nem para si próprio
2018-11-07 17:50:00
Não é difícil concluir que, por cá, os treinadores portugueses têm tido mais sucesso.

Marcel Keizer deverá estar perto de ser apresentado como novo treinador do Sporting. Já lhe contámos quem é este holandês – aqui tem as histórias contadas sobre Keizer – e, agora, vamos mais para trás. É que o passado recente não tem trazido bons ventos do estrangeiro. Aliás, eles nem ficam por cá muito tempo (mesmo os poucos que até têm sucesso). Mas já lá vamos.

A título de curiosidade, o último treinador estrangeiro no Sporting foi o belga Franky Vercauteren. Na altura, foi contratado ao Al-Jazira. Marcel Keizer virá do… Al Jazira. Os sportinguistas supersticiosos não gostarão disto.

Voltando à análise, Benfica e FC Porto têm sido os principais “cemitérios” de treinadores estrangeiros, mas o Sporting não pode dizer que tenha um registo imaculado nessa matéria.

Se olharmos apenas para este século, os três grandes, em conjunto, já chamaram onze técnicos estrangeiros para tomar conta das suas equipas. Numa visão geral, sem olhar a dados, poder-se-á dizer que apenas Bölöni, Trapattoni e Co Adriaanse foram boas apostas. Uma em cada um dos grandes. É curto.

Bölöni e Adriaanse, apesar dos problemas na hora da saída, podem ser considerados casos de claro sucesso, bem como Trapattoni, cuja “saída limpa” manteve a boa imagem do italiano aos olhos dos benfiquistas.

Por outro lado, a boa campanha europeia de Ronald Koeman permite fechar os olhos ao único título conquistado, sendo que o pouco tempo dado a Victor Fernández fica marcado pela Supertaça conquistada. Houve quem fizesse menos, em mais tempo. O problema do espanhol vê-se não tanto nos títulos, mas, sobretudo, nos pontos por jogo. Camacho, por outro lado, é dos que tem maior média de pontos por jogo, ainda que seja curto em termos de conquistas.

Já vais embora?

Há ainda outro dado que deve ser tido em conta. Se olharmos para o tempo de permanência no clube dos treinadores estrangeiros, vemos que as passagens são, geralmente, curtas. Se para os que têm maus resultados isto faz sentido, para os outros nem tanto.

Nem Bölöni, nem Trapattoni nem Co Adriaanse ficaram por cá muito tempo. O italiano do Benfica quis ir embora, após o título nacional, bem como o holandês do FC Porto, que entrou em rota de colisão com o clube, ainda na pré-temporada. Já o romeno do Sporting pôde fazer a segunda temporada, mas não aguentou o mau desempenho da equipa.

Mesmo os treinadores que têm sucesso acabam por sair rapidamente.

Por tudo isto, a pergunta é evidente: faz sentido insistir no treinador estrangeiro? Se calhar, não…