Carlos Freitas, antigo diretor-geral do Sporting, com responsabilidade no futebol profissional, recorda com mágoa a forma como o projeto na 'era' de Paulo Bento e o lançamento de vários jovens, como foram os casos de Rui Patrício, Moutinho, Miguel Veloso e Yannick Djaló, "não foi valorizado".

"Este projeto devia ter sido devidamente valorizado e devia ter merecido outro tipo de respeito", assumiu Carlos Freitas, em entrevista ao 'Record', lembrando ainda que Bento "conseguiu quatro segundos lugares, quatro apuramentos diretos para a Liga dos Campeões, duas Taças de Portugal e duas Supertaças".

Carlos Freitas lamenta que, ainda assim, Paulo Bento e o projeto em marcha no clube fosse "apelidado de perdedor".

"E isto quando era, inequivocamente, o terceiro orçamento em Portugal, ou seja, tinha de se superar pelo menos perante um dos seus concorrentes diretos", salientou o antigo dirigente.

Carlos Freitas considera que no futebol "é difícil pedir tempo" aos adeptos para se implementar uma ideia/projeto e recorda que a "frustração de ser demasiado caro para ser terceiro e demasiado barato para ser primeiro levou a um caminho onde, lamentavelmente, o Sporting não tem tido grande sucesso desportivo".

Sobre o trabalho que vem sendo feito por Frederico Varandas e a sua equipa de trabalho, Carlos Freitas salienta que "é louvável" e explica as razões.

"Quer voltar a estabelecer uma rota e segui-la, sem delinear prazos e tempos para conseguir ser campeão. Não se é campeão por decreto nem por cheque. Chega-se aos títulos com uma ideia, o desenvolvimento dessa ideia, alguns revezes na aplicação dessa ideia mas, sem isso, é impossível chegar ao sucesso."