Portugal
Só 45 minutos de futebol e um castigo duplo após uma parte sem balizas
2018-04-08 18:35:00
Chaves e Belenenses empataram (1-1) depois de terem desperdiçado os primeiros 45 minutos em preocupações estéticas

Chaves e Belenenses empataram-se, este domingo, numa partida que acabou por proporcionar bem menos do que aquilo que prometia. Em campo duas equipas que gostam de caprichar na saída de bola, embora os da casa com mais expressividade na posse e os forasteiros com enfoque nos contra-ataques rápidos. Desde o apito inicial que mostraram as suas intenções, mas em 45 minutos pouco mais conseguiram produzir do que uma paralisia de emoções e um pobre espetáculo de futebol. Não que a bola tivesse sido mal tratada. Apenas se esqueceram que, além de tentar jogar bem, o objetivo deste jogo também passa por meter a bola naquela “coisa” chamada baliza. E para isso é preciso tentar – leia-se rematar.

Registo apenas para dois ou três lances que merecem ser apelidados de perigosos. O principal pertenceu ao Chaves, com Pedro Tiba, aos 29’, a dar-se ao luxo de desperdiçar de cabeça, ao segundo poste, um cruzamento milimétrico de Paulinho da direita. Havia paciência a mais no relvado, sobretudo do Belenenses, que nunca se demonstrou desconfortável com o domínio territorial do adversário. Em contraste, o esclarecimento e a velocidade de ambos os conjuntos estavam deficitários. Uma espécie de “meinho” gigante, portanto. Ou aqueles exercícios específicos de circulação de bola sem balizas, que quando somos miúdos odiamos fazer.

No segundo tempo veio a chuva e também o futebol. A intenção já lá estava de parte a parte, mas a verdade é que foram 45 minutos praticamente atirados ao ar. O Chaves mexeu logo ao intervalo, com Luís Castro a lançar Eustáquio para o lugar de Jefferson, na tentativa de dar mais qualidade à primeira zona de criação. No entanto, a grande mudança foi no Belenenses. Os lisboetas surgiram mais afoitos no segundo tempo e a criar perigo, ficando perto do golo aos 53’ e 61’.

Silas lançou Licá em campo e num espaço de segundos o Belenenses chegou à vantagem, com o avançado recém-entrado a cruzar e Fredy a finalizar, aos 62’, num lance em que António Filipe acabou por borrar a pintura, depois de ter negado dois lances claros de golo ao adversário. Perante o que já se tinha assistido, pairava no ar a sensação de que quem marcasse primeiro iria levar o triunfo. Essa ideia ficou ainda mais clara quando a primeira equipa a festejar foi aquela que se sentia melhor no papel defensivo.

No entanto, o futebol não é matemática e bastaram quatro minutos para o Chaves responder e empatar por intermédio de William. Um lance de insistência, que de estética teve pouco, e que mostrou que por vezes simplificar é bem mais eficaz do que adornar em demasia. Não satisfeito, Luís Castro arriscou ainda mais, a partida abriu e começou a ser jogada com maior intensidade. Talvez não da forma como os dois treinadores gostassem, mas, sim, daquela que ainda é a primordial a animar as bancadas. Apesar de algumas jogadas de perigo, o placard já não mexeu e ninguém se ficou a rir de ninguém em Trás-os-Montes.