Portugal
Sim, senhor Ministro: a chegada ao topo com o Nacional da Madeira
2018-03-23 11:00:00
Costinha vive o melhor período da ainda curta carreira como treinador. O Nacional é o novo líder da competitiva Liga 2

O Nacional da Madeira atingiu pela primeira vez a liderança da Segunda Liga e Costinha, o Ministro, tem motivos para estar satisfeito. Para ele, enquanto treinador, é também a primeira vez que atinge o topo, lutando por fazer regressar a equipa madeirense ao convívio dos grandes.

Depois de descer o Beira-Mar, quase descer o FC Paços de Ferreira, não ter conseguido a subida com a Académica, o treinador Costinha vive o melhor período da carreira. A equipa conseguiu esta quarta-feira um triunfo por 4-2 no terreno do último classificado, o Real SC, e passou a liderar a Segunda Liga, com 53 pontos, os mesmos que o FC Penafiel, num campeonato supercompetitivo onde a diferença do primeiro para o sétimo classificado é de apenas seis pontos, a oito jornadas do fim.

A postura de ataque da equipa reflete-se no número de golos marcados até ao momento, 59, que fazem do Nacional o melhor ataque da prova. Muito por 'culpa' dos avançados Ricardo Gomes e Murilo, que juntos somam 29 golos, quase 50 por cento dos tentos da equipa.

Contra o Nacional, joga o factor-calendário que não é propriamente o mais favorável. Pelo contrário. Nos oitos jogos que a equipa de Costinha tem pela frente para tentar consumar a subida ao primeiro escalão tem de defrontar sucessivamente Sporting B (f), Académica (c), União da Madeira (f), Santa Clara (c), Gil Vicente (f), Leixões (c), FC Arouca (f) e Vitória de Guimarães B (c). Quatro candidatos à subida (Académica, Santa Clara, Leixões e FC Arouca, e o rival União.

Na ainda curta carreira de técnico, Costinha não tem sido muito feliz, ao contrário do que foi o seu percurso enquanto jogador, cujo ponto alto foi a conquista da Liga dos Campeões, Liga Europa e Taça Intercontinental ao serviço do FC Porto. O Nacional é o quarto clube que treina e também aquele onde vive os momentos mais positivos. Em Aveiro, ao serviço do Beira-Mar, então na I Liga, na época 2012/13, o Ministro só fez 11 jogos, tendo alcançado apenas duas vitórias, e o clube acabou por descer de divisão. Seguiu-se o FC Paços de Ferreira onde rendeu Paulo Fonseca, que rumou para o Dragão. O contexto de suceder a um treinador que tinha deixado a equipa em terceiro lugar na Liga e o acesso à LIga dos Campeões não se afigurou nada fácil para Costinha que acabaria por sair ainda antes do final da época, somando apenas duas vitórias em 14 jogos.

Depois de uma paragem sabática, Costinha regressou aos bancos em 2016 para treinar a Académica na Segunda Liga, mas voltou a não ter tarefa fácil. O clube de Coimbra queria regressar ao convívio dos grandes, mas a concorrência nunca deu grande grandes hipóteses, com Portimonense e Aves a revelarem desde muito cedo superioridade em relação aos mais diretos conconcerrentes. Mesmo assim conseguiu um ciclo de sete vitórias consecutivas que chegou a criar a ilusão de que a subida seria possível.

Em 2016/17, Costinha abraçou novo projeto na Segunda Liga, regressando a um clube onde foi feliz como jogador. Foi no Nacional da Madeira que deu nas vistas, em 1996/97, ao ponto de na época seguinte estar a jogar no...AS Mónaco. A oito jornadas do fim do campeonato, o Nacional da Madeira está em primeiro e com legítimas aspirações à subida, sob o comando de Costinha, o Ministro, como é conhecido por ter ar de executivo fora de campo. Gosta de comprar roupa e anda sempre de fato e gravata, inclusive já foi diretor desportivo do Sporting e do Servette antes de abraçar a carreira de treinador. Mas é de fato de treino que quer levar o Nacional de volta ao escalão principal do futebol português.