Portugal
“Anular todos os jogos? Seria como jogar PlayStation e não contar para nada”
2020-04-05 16:00:00
O técnico defende o regresso do campeonato apenas quando não existir risco para a saúde dos intervenientes

O treinador do Marítimo, José Gomes, falou sobre a interrupção das competições em Portugal e se as mesmas têm condições para serem reatadas.

Com dez jornadas para o fim do campeonato, o técnico considera que será complicado tomar uma decisão em relação ao futuro da I e II Liga, caso não seja possível reatar as competições.

"Acho que nenhuma das opções é justa. Primeiro, considerar anular todos os jogos seria estar a defraudar toda a gente. Nesse caso, seria como se estivéssemos a jogar PlayStation e não contava para nada", começou por explicar José Gomes ao jornal O Jogo.

"Em segundo, acabar o campeonato como está também dá uma certa sensação de injustiça para os clubes que ainda estavam a lutar por alguma coisa. Portanto, qualquer situação que não seja terminar os dez jogos que faltam vai ser sempre redutora e injusta para o futebol", acrescentou.

Acerca do recomeço das comeptições em maio, ideia defendida pela Liga Portugal no passada sexta-feira, José Gomes é a favor do regresso caso se garanta todas as condições para a prática da modalidade.

"Se a Direção-Geral de Saúde garantir que não há nenhum risco e, se ainda existir tempo no calendário, penso que devíamos permitir a integração dos jogos que faltam. A sensação que fica se não se terminar o campeonato é a de estarmos a defraudar toda a família que está envolvida, direta ou indiretamente, no futebol", indicou.

Apesar do desejo de realizar as restantes dez jornadas do campeonato, José Gomes mostrou-se contra a opção de realizar jogos à porta fechada, diretiva defendida por Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, reforçando novamente o facto de que não poderá haver riscos para a saúde dos intervenientes.

“Se isso vier a acontecer, significa que ainda há riscos de saúde implicados, por isso não concordo. Um jogo à porta fechada não seria a mesma coisa porque, no fundo, seria estar a esquartejar o futebol. Para avançarmos com os jogos, devemos garantir que não existe qualquer risco e que depois tudo esteja resolvido. Só depois é que podemos jogar, mas não à porta fechada”, completou o técnico.