Foi com muita canela e muito Fábio Martins que o SC Braga se conseguiu impor a um Belenenses que nunca se mostrou com argumentos para ferir o conjunto adversário. Se a equipa de Domingos Paciência entrou a pressionar alto e criar algumas dificuldades na fase mais recuada de criação dos minhotos, a verdade é que nunca conseguiu ligar o seu jogo quando partia (ou tentava) para o ataque. O SC Braga beneficiou de dois golos de canela para chegar ao 2-0 e teve um Fábio Martins em grande plano numa vitória (4-0) que assentou muito bem à equipa de Abel Ferreira.
Ora bem. Vamos por partes. Os dois primeiros golos do SC Braga foram, no mínimo, estranhos. O primeiro saiu das pernas de Fábio Martins. E digo pernas porque é difícil perceber com clareza onde bateu realmente o esférico antes de se encaminhar para o fundo da baliza de Muriel. Dá a sensação que Fábio Martins falha o remate com o pé direito e leva a bola a ressaltar na canela esquerda. Golo. Também conta. E contou porque o SC Braga estava mais forte. Mais perigoso. A jogar a toda a largura do terreno.
Isto aconteceu depois de ultrapassada uma primeira fase – cedo, no jogo – onde o Belenenses até conseguiu impedir o SC Braga de sair a jogar a partir de trás. A verdade é que este período durou pouco, até porque Domingos se viu obrigado a mexer na estrutura da equipa uma vez que o conjunto do Restelo não estava a conseguir chegar a zonas mais avançadas do terreno em condições de alvejar a baliza de Matheus que, diga-se, poucas vezes se viu envolvido no jogo. As mexidas não funcionaram e o SC Braga superiorizou-se com Fábio Martins e Jefferson em muito bom plano.
Agora, o segundo golo. Outra canelada. Desta feita de Dyego Sousa. O avançado do SC Braga viu a bola bater-lhe na canela da perna direita e seguir o caminho da baliza, isto depois de o esférico ter vindo do poste na sequência de um corte de Gonçalo Silva. Estava feito o 2-0 e o Belenenses não viveu bem com mais uma pancada. Domingos fez algumas alterações no sentido de agitar as águas, como muitas vezes tem acontecido com os azuis do Restelo. Entrou o veloz Fredy e Tiago Caeiro, ele que tantas vezes tem servido de talismã para algumas recuperações da equipa.
Porém a vida não se tornou melhor para os rapazes de Domingos Paciência. Muito pelo contrário. Os espaços que teve, obrigatoriamente, de abrir no reduto mais defensivo permitiu a Fábio Martins pegar na bola como se de um brinquedo se tratasse. O extremo mostrou todos as credênciais que fizeram dele uma das revelações na pretérita temporada, quando ao serviço do GD Chaves.
O avolumar do resultado tornou-se uma inevitabilidade. Aliás, Xadas estará ainda para perceber como não conseguiu inscrever o seu nome na lista de marcadores. O jovem médio beneficiou de um par de ocasiões para marcar, mas não foi feliz. Os lances ofensivos do SC Braga, sobretudo no lado esquerdo, onde Fábio Martins e Jefferson iam causando enromes estragos, iam-se sucedendo e foi de um cruzamento do lateral, emprestado pelo Sporting, que o SC Braga iria chegar ao 3-0. Raúl Silva de cabeça bateu Filipe Mendes, ele que havia entrado para substituir o lesionado Muriel.
