Portugal
SC Braga tinha a missão de salvar a face do futebol português, Renan não deixou
2017-10-19 23:10:00
Os minhotos encontraram no guardião brasileiro o único obstáculo inultrapassável

Entre o SC Braga e um resultado que salvasse a face do futebol português, numa semana em que apenas se haviam verificado derrotas para as equipas lusas nas duas competições da UEFA, esteve um homem: Renan. O guarda-redes brasileiro do Ludogorets foi o único obstáculo que a equipa orientada por Abel Ferreira não conseguiu ultrapassar. E digo único porque perdi a conta às ocasiões em que os minhotos conseguiram encontrar o caminho da baliza adversária, apenas para verem Renan realizar um conjunto de paradas que foram dando ânimo a uma equipa búlgara que foi feliz até na forma como conseguiu os golos.

O SC Braga entrou forte e por um par de vezes conseguiu mesmo conquistar a linha de fundo, primeiro Hassan do lado esquerdo e depois Esgaio do lado direito. Os lances acabaram por não dar em golo, mas prometeram um SC Braga mandão e a procurar ambos os flancos como forma de penetrar na defensiva do Ludogorets. Os búlgaros, por sua vez, iam apresentando alguma qualidade quando em posse, muito graças à boa capacidade técnica dos atacantes brasileiros, mas, em inferioridade numérica no centro do terreno, permitiam muitos espaços no meio-campo, o que ia sendo explorado por João Carlos Teixeira na organização do jogo minhoto.

Foi de forma algo inesperada que o Ludogorets se colocou em vantagem sensivelmente a meio da primeira parte. Não serve de desculpa o facto de ter surgido na sequência de uma bola parada como muitas vezes se ouve pelas bocas dos treinadores como se um lance fortuito se tratasse. O golo de Moti aconteceu de um canto e veio abalar a equipa portuguesa. Os comandados de Abel Ferreira sentiram o golo e perderam um pouco da capacidade que até aí iam apresentando em conseguir entrar no último terço ofensivo. Para isso também contribuiu o facto de os búlgaros terem reduzido o campo, isto é, reduziram os espaços entre os jogadores, principalmente na zona intermédia.

O intervalo chegou com a sensação de que o SC Braga iria, na segunda parte, conseguir o que já conseguiu uma série de vezes na presente temporada: dar a volta ao resultado. E foi com essa vontade que a equipa arsenalista regressou dos balneários. Voltou para mandar no jogo e voltou para empurrar de forma definitiva a equipa búlgara para o seu último reduto, e foi daí que emergiu Renan, o guarda-redes brasileiro que foi parando as inúmeras investidas da equipa portuguesa que ia abrindo brechas na povoada linha recuada do Ludogorets.

Foi então, numa altura em que o SC Braga estava completamente balanceado no ataque, que os búlgaros dobraram a vantagem depois de Raúl Silva ter introduzido a bola na própria baliza na sequência de um lance onde Marcelo Goiano ficou muito mal na fotografia com um passe para Lukoki que se viu apenas com Matheus pela frente. O golpe foi duro para o conjunto português, que, no entanto, continuou a surgir na cara do guardião Renan, com este a mostrar-se simplesmente insuperável.

Estavam no SC Braga as esperanças do futebol português em salvar a face depois de uma semana onde se contabilizaram por derrotas os cinco jogos realizados: Sporting, FC Porto e Benfica, na Liga dos Campeões e Vitória de Guimarães e SC Braga na Liga Europa.