Portugal
Rui Patrício voltou a “encurtar a baliza” mais de dois anos depois
2017-11-17 17:00:00
Rui Patrício não defendia um penálti, em jogo corrido, desde agosto de 2015. Ontem, parou o remate de Rui Costa.

Com o penálti defendido frente ao FC Famalicão, na quinta-feira, Rui Patrício colocou um fim a uma série de pontapés da marca dos onze metros que não tinha conseguido defender, no decorrer das partidas. A última grande penalidade que o guarda-redes do Sporting segurou, em jogo corrido, teve lugar há mais de dois anos, precisamente em agosto de 2015, num encontro do play-off de acesso à Champions, diante do CSKA Moscovo. Nesse jogo, o titular das redes leoninas parou o remate de alguém com quem partilha o balneário neste momento… Seydou Doumbia representava a equipa russa e falhou no momento de bater Patrício.

Desde esse exato momento, foram nove os penáltis que Rui Patrício teve pela frente, todos eles sem o desfecho pretendido pelas hostes leoninas. Esses nove pontapés da marca dos onze metros foram em jogos do principal escalão do futebol português e a séria conheceu agora o término, com a defesa do guardião português ao pontapé de Rui Costa. O jovem avançado dos famalicenses teve até uma afirmação curiosa no final do encontro, relativamente ao duelo protagonizado com Patrício. Em frente ao protetor das redes leoninas “a baliza fica muito pequena, mas isso é normal, é um grande guarda-redes, guarda-redes da Seleção Nacional e tem de haver todo o respeito.” Assim o salientou Rui Costa.

Quem já teve Patrício pela frente na cobrança de grandes penalidades desvaloriza o chavão de a baliza ficar “mais pequena”. Cláudio, antigo central do Gil Vicente, já protagonizou duelos com o guardião do Sporting e preferiu vincar as qualidades do então adversário e a frieza que caracteriza um marcador de penáltis. “O Rui Patrício é um guarda-redes que tem uma explosão sem saída muito forte, é um dos melhores a defender penáltis. Não é um guarda-redes que precise de se lançar muito tempo antes do remate. Tem um nível de agilidade e rapidez muito elevado, ele espera até ao último momento”, referiu o antigo defesa goleador, em conversa com o Bancada. De referir que Cláudio teve a façanha de cobrar duas grandes penalidades a Patrício no mesmo jogo…na primeira tentativa o guardião defendeu, na segunda já a bola terminou no fundo das redes.

De facto, foi com uma defesa a uma grande penalidade que Rui Patrício se deu a conhecer ao futebol português. Quem não se recorda de quando o guardião foi lançado no onze do Sporting, por Paulo Bento, em novembro de 2006? Então no Estádio dos Barreiros, diante do Marítimo, uma lesão de Ricardo no aquecimento deu ao jovem Patrício a oportunidade de se estrear com a camisola da equipa principal dos “leões”, algo que ele não desperdiçou. O Sporting venceu essa partida por 1-0 e muito deve a guarda-redes, que defendeu uma grande penalidade de Kanú aos 75 minutos, quando o jogo caminhava para a reta final.

Visto desde então como um guarda-redes talhado para a defesa de penáltis, Rui Patrício conta com uma percentagem de aproveitamento de 25% com a camisola do Sporting. Em termos globais, com Seleção Nacional à mistura, o guardião leonino já enfrentou grandes penalidades, em jogo corrido, em 55 ocasiões, com 13 delas a serem favoráveis a Patrício e 42 a darem golo no final.