Portugal
Regulamentos internos dos clubes. Horas de recolher e outras 'recomendações'
2019-11-12 15:10:00
Tema tem estado no topo da atualidade depois de uma festa em casa do portista Uribe

A propósito dos casos disciplinares de quatro jogadores do FC Porto que, alegadamente, permaneceram madrugada fora numa festa em casa de Matheus Uribe, rompendo o que está descrito no regulamento interno dos azuis e brancos, o tema 'regras a que estão obrigados jogadores de futebol' saltou para o topo da atualidade. Mas que regras são estas? 

O 'Jornal de Notícias' explica algumas delas, nesta terça-feira, e procuramos agora ir mais além, contando outras destas 'regras' que são entendidas como recomendações mas, a verdade é que, em muitos casos, quando os jogadores não cumprem as indicações acabam por ser castigados.

Os regulamentos internos dos clubes contemplam um conjunto de regras e restrições, que é diferente consoante o clube, mas em quase todos eles os jogadores sabem que não podem chegar a suas casas mais tarde do que o previsto. Em alguns casos são as 23h00, em outros as 00h00 e vai variando se existe ou não jogo ou treino no dia seguinte.

Neste regulamento interno, os clubes salvaguardam algumas situações como, por exemplo, o facto de jogadores estarem impedidos de treinar em instalações que não pertençam ao clube ao qual estão vinculados (ou podem fazê-lo se for autorizado).

Também as viagens são restritas e em alguns emblemas os jogadores têm de pedir autorização quando querem fazer viagens longas, nomeadamente para o estrangeiro.

Há clubes que conseguem também monitorizar as horas de sono dos seus jogadores com recurso à tecnologia e criou-se nas últimas décadas a figura do 'team-manager' que, entre outras responsabilidades, procura auxiliar os jogadores em todos os momentos. Por exemplo, se um jogador tem problemas de saúde com um filho durante a noite, a figura do 'team-manager' consegue apoiar o atleta seja a indicar-lhe um hospital, um médico, para que este possa tranquilizar-se e focar-se no futebol.

Outra das questões está relacionada com declarações com a comunicação social. Se antes era comum os jogadores falarem com jornalistas em 'on', a verdade é que atualmente os jogadores estão proibidos de falar com jornalistas, salvo se tiverem autorização dos emblemas a que pertencem.

Também a questão das redes sociais tem preocupado os clubes pela forma como se têm reduzido as 'fronteiras' entre atletas e adeptos.

Em declarações ao Bancada, recentemente, o psicólogo Jorge Silvério comentou esta dimensão no futebol moderno.

"É fundamental haver regras e os clubes têm feito por isso, indicando aos seus jogadores o que devem ou não fazer e como se devem comportar", salientou, notando, que, não raras vezes, quando não são os jogadores a ter determinado comportamento acaba por ser "alguém do seu círculo próximo".

Como em qualquer empresa, também os clubes têm os seus regulamentos internos que são apresentados aos jogadores no momento em que assinam contrato.

A verdade é que algumas destas recomendações já mereceram no passado algumas críticas dado que podem colidir com as leis do trabalho.

A festa em casa de Matheus Uribe que contou com Luis Díaz, Saravia e Marchesín, e que, alegadamente, se prolongou madrugada fora, sendo que os jogadores não foram convocados para o duelo frente ao Boavista, foi o mais recente episódio a envolver a quebra do que está estipulado nos regulamentos internos.

Recentemente, recorde-se, Wendel passou por situação semelhante no Sporting, depois de ter chegado a casa para lá da hora prevista pelas recomendações leoninas.

Em Inglaterra, por exemplo, o Chelsea tem regras para que todos possam ver. Os jogadores pagam multas se chegarem atrasados aos treinos, se os telefones tocarem durante reuniões e almoços de equipa.

Um atleta dos 'blues' que chegue atrasado a uma reunião pode apanhar uma multa de 500 euros por cada minuto em falta. Se quiser viajar num veículo que não seja o autocarro do clube após um jogo, o atleta terá de informar até 48 horas antes a estrutura. Se não o fizer, poderá ter de pagar 11,6 mil euros.

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