Portugal
“Queremos vencer, mas ter reconhecimento de todo o trabalho”, diz Lage
2019-05-17 14:05:00
Bruno Lage não admite que o mérito da (eventual) reconquista seja posto em causa

O treinador do Benfica fez a antevisão do jogo com o Santa Clara, partida que pode valer o título aos encarnados, em caso de vitória ou empate (ou, em caso de derrota, se o FC Porto não vencer o Sporting).

Em conferência de imprensa, nesta sexta-feira, Bruno Lage revelou que o título é a meta, mas não a única: o técnico quer que haja reconhecimento. “Queremos vencer, mas ter reconhecimento de todo o trabalho”, afirmou.

Sobre o Santa Clara, apenas elogios. “Vamos encontrar um adversário muito competente, que fez um campeonato muito bom, com uma manutenção histórica acima dos 40 pontos, exibições e registos muito interessantes com FC Porto, Sporting e Sporting de Braga. Gostam de jogar em bloco médio, sabem fechar os caminhos da sua baliza e quando têm bola também sabem o que fazer”, analisou.

O ambiente de euforia que o universo benfiquista apresenta passa ao lado do plantel. “Estamos focados e concentrados no essencial. Prepararmo-nos da melhor maneira para vencer. É o último jogo, mais uma final. O que nos preocupa é terminar o campeonato na posição em que nos encontramos”, salientou.

Bruno Lage relativizou a importância de se tornar ‘um treinador feito’, com a eventual conquista do campeonato: “Tenho quatro títulos, dois de sub-11 um de iniciados e um de juvenis. Há treinadores que não têm títulos e têm trabalhos fantásticos. O Nuno Espírito Santo é um bom exemplo, com um trabalho notável nos wolves”.

Numa viagem ao dia em que assumiu funções de treinador, Lage garante que Luís Filipe Vieira não lhe fez qualquer exigência. “Não me foi pedido nada. Apenas fazer aquilo que era possível, na altura. A primeira era jogar bom futebol para reconquistar os adeptos. Depois, de final em final, chegámos a esta posição”, conta.

A possibilidade de lançar jogadores que ainda não foram utilizados, para eventualmente se tornarem campeões, está fora do plano para esta partida. “Temos os melhores para lançar e as alternativas para mexer no jogo. O resto não está pensado. Temos de entrar em campo concentrados na luta pelos três pontos”, referiu.

O cenário é extremamente vantajoso para o Benfica, uma vez que até o empate chega para vencer o 37.º campeonato da sua história, mas para Bruno Lage o encontro foi preparado como todos os outros, frisando que desde a vitória por 2-1 sobre o FC Porto, já na segunda volta, não houve mais margem para errar.

“Preparam-se todos [os jogos] da mesma maneira e não podíamos perder mais pontos, nem falhar. Fomos ao Dragão e a partir dessa posição não houve espaço para uma equipa nem para a outra. Isso só se consegue com trabalho”, explicou.

Fazendo o balanço da época e depois de ter anulado a desvantagem de sete pontos para o FC Porto, o treinador das águias assegurou que a direção do Benfica não pediu o título quando sucedeu a Rui Vitória no comando técnico, em janeiro.

“Não foi pedido nada. A situação em que nós estávamos era de preparar a equipa e fazer os possíveis, que tinha que ser por fases. Começar a jogar bom futebol, reconquistar os adeptos, ganhar jogos e sentir um ambiente muito forte com os adeptos”, esclareceu.

No sábado, o Benfica, líder do campeonato, com 84 pontos, recebe o Santa Clara, oitavo, com 42, no Estádio da Luz, pelas 18:30, em jogo da 34.ª e última ronda da competição, que será dirigido por Jorge Sousa, da Associação de Futebol do Porto.