Portugal
“Quem devia ser solidário não era o Ronaldo, era a EDP e a Galp"
2020-03-27 15:25:00
Bruno de Carvalho defende que não deveria ser só o futebol a ser solidário

No espaço de opinião que criou nas redes sociais, o ex-presidente do Sporting criticou o facto de o futebol ter sido mais generoso no apoio a instituições e famílias do que outras empresas que, na sua opinião, teriam mais responsabilidades.

E deu como exemplos as ações de Cristiano Ronaldo e Nani, alguns dos inúmeros futebolistas que apoiaram unidades de saúde, para diminuir carências no combate à pandemia da Covid-19.

“Quem deveria ser solidário não era o Cristiano Ronaldo, não era o Messi, não era o Nani... Era a EDP. Era a Galp. Essas empresas. Está tudo errado. Rendemo-nos à fatalidade”, defendeu.

“As famílias estão a ir à falência”, aponta ainda o ex-dirigente, defendendo que outras entidades se “chegassem à frente”, dando como exemplo a elétrica.

Só que, afirma, “os sócios chineses [da EDP] não deixam”. O ex-presidente leonino critica o “espírito da EDP”, que é: "Uma vez que vai perder dinheiro nos escritórios [com a redução do consumo], vão às famílias”. "Isto é inacreditável", acusa.

“A pandemia vai provocar caos económico. Mas os efeitos da pandemia poderia ser mitigado, se houvesse coragem para que as grandes empresas colaborassem na solidariedade social”, criticou ainda, numa altura em que diversos agentes desportivos apoiam instituições, em particular hospitais.

Bruno de Carvalho, que dedicou uma parte do registo a criticar Frederico Varandas, também apontou o dedo a uma “falta de visão”, por parte do Governo. “Tem de haver vontade política, mas sobretudo visão por parte dos políticos. Há erros gravíssimos que estão a ser cometidos”, enfatiza.

“As televisões, que passam 24 horas por dia a falar da pandemia, deviam era lembrar que as empresas vão fechar, porque não têm capacidade para sobreviver”, realçou.