Portugal
Que grande "panenkada" sofreu o Rio Ave de um CD Tondela sólido
2018-04-16 22:55:00
Guedes "roubou" o penálti a Pelé e falhou, e foi substituído; Tomané não desperdiçou e empatou a partida

Rio Ave e CD Tondela empataram a uma bola num duelo de diferenças e marcado emocionalmente pela saída precoce de Guedes, substituído por Miguel Cardoso ainda na primeira parte depois de falhar um penálti à Panenka. Um castigo que não foi bem recebido pelo jogador e que poderá ter afetado a equipa do ponto de vista anímico porque a segunda parte dos vilacondenses deixou muito a desejar. A primeira parte foi do Rio Ave, a segunda pertenceu por completo ao CD Tondela, que teve na parte final, inclusive, a chance de ganhar o jogo. Um Rio Ave que nos segundos quarenta e cinco minutos perdeu a clarividência, e quebrou fisicamente; um Tondela que foi, quase sempre, uma equipa com critério a defender e rápido a sair para o ataque; uma divisão de pontos que beneficia mais a equipa de Pepa na fuga à despromoção, enquanto o Rio Ave viu-se apanhado pelo Marítimo na luta pela Europa.

A primeira parte foi de ascendente do Rio Ave até ao momento do "crime e castigo" que teve Guedes e Miguel Cardoso como protagonistas. Fiel à sua identidade, a equipa vilacondense jogou a maior parte do tempo no meio-campo tondelense, com os laterais a projetarem-se bem, e Geraldes e Novais a procurarem zonas interiores. O CD Tondela era nesta fase do jogo Tomané contra o mundo. A formação de Pepa apostava na profundidade, tendo Tomané como referência, enquanto o Rio Ave apresentava ideias mais atraentes: uma boa circulação da bola e chegadas com perigo à área, quase sempre com a mesma fórmula: bola para o lado esquerdo e passes cruzados para a área. Faltava a finalização, e ela chegou ao minuto 28 num bom desenho ofensivo do Rio Ave, com Diego Lopes a finalizar ainda melhor, após assistência de Guedes.

Foi então que chegou o momento de viragem do jogo, quer pelo descontrolo emocional que provocou quer depois por uma certa quebra física e de ideias do Rio Ave na segunda parte. Aos 34 minutos, Cláudio Ramos, que antes já tinha feito um punhado de boas defesas, defendeu o penálti de Guedes, que tentou um remate à Panenka. Miguel Cardoso não gostou, até porque o avançado "roubou" o penálti a Pelé, o habitual marcador, e castigou-o com a substituição imediata fazendo entrar Gelson Dala que nunca fez esquecer o habitual titular, cujo jogo 100 pelo Rio Ave fica marcado pelas piores razões.

O CD Tondela surgiu muito melhor na segunda parte. E o suspeito do costume, Tomané, começou a criar calafrios atrás de calafrios à defesa do Rio Ave, sobretudo ao complicativo Marcelo que acabaria por estar na origem do penálti que daria o empate à equipa de Pepa. Tomané não desperdiçou o penálti e bateu Cássio, num castigo clássico: bola para um lado, guarda-redes para o outro.

O Rio Ave tentou reagir, mas Cláudio Ramos e a falta de ideias ofensivas de Geraldes e Diego Lopes, e a nulidade de Gelson Dala na área, não permitiram que o marcador se alterasse. E era o CD Tondela, aqui e acolá, e sobretudo depois da entrada de Pedro Nuno, que veio dar mais frescura ao meio-campo, que chegou com perigo à baliza de Cássio que teve de fazer uma defesa a dois tempos, a remates de Pedro Nuno e Tomané, para evitar aquele que seria o segundo golo do Tondela, a cinco minutos do fim. E no último lance da partida, foi outra vez o Tondela a estar mais perto de marcar num contra-ataque, com Nuno Santos a cortar a bola para canto e a impedir Pedro Nuno de finalizar.