Portugal
Quando o preço do metro quadrado de terreno baixou o Moreirense investiu
2017-12-18 21:50:00
Depois de uns minutos iniciais onde os espaços eram uma coisa rara , o Moreirense soube esperar para investir

Como tem acontecido nas últimas ocasiões em que estes vizinhos se encontram o público tem agradecido e mais uma vez Moreirense e Vitória de Guimarães não desiludiram. O jogo até começou de forma carrancuda. O metro quadrado de terreno de jogo estava muito caro e os jogadores das duas equipas lutaram muito por eles. O Moreirense percebeu primeiro o que fazer para poder sair por cima no jogo e quando o Vitória deu por isso já perdia por 2-0. Reduziu quando já estava reduzido a dez homens, mas já foi tarde demais.

Costuma dizer-se daqueles inícios de jogos mais amarrados, que as equipas estão a estudar-se mutuamente. Muitos treinadores rebatem esta ideia dizendo que os estudos são feitos durante a semana. Nos jogos, joga-se. Portanto não vou recorrer a esse lugar comum. Direi só que ambas as equipas estavam a tentar perceber como se poderiam soltar das marcações adversárias sem, com isso, comprometer o processo defensivo. É justo dizer então que estava muito caro, o metro quadrado de terreno.

Depois destes minutos iniciais de estudos e avaliações ao custo do terreno foi o Moreirense a perceber primeiro o que teria de fazer para conseguir se soltar das amarras táticas a que o jogo estava entregado. Baixou as linhas e acreditou na capacidade de Cadiz para segurar a bola de costas para a baliza. Não raras foram as vezes que vimos o ponta-de-lança venezuelano com dois defesas à ilharga enquanto espera pela subida dos médios. Mas o sucesso da equipa de Sérgio Vieira começou de forma caricata.

Não fosse alguma displicência de Douglas a pontapear uma bola que lhe tinha sido atrasada e talvez estivessemos agora a contar uma história bem diferente. Verdade seja dita. Foi depois do insólito golo de Cadiz que o Vitória baixou o preço dos espaços e o Moreirense investiu cada vez mais no triunfo. E foi mesmo assim que os homens de Moreira de Cónegos chegaram ao segundo golo. Numa altura em que o Vitória estava subido deixado e pouco preocupado com o contragolpe adversário. Cadiz mais uma vez em bom plano, agora no papel de municiador.

E sem dar por isso, o Vitória via-se com dois golos de desvantagem. Pedro Martins mexeu na equipa ao intervalo e mexeu bem. Na segunda parte pouco se viu do Moreirense em termos ofensivos, não fosse uma ocasião de neto na cara de Douglas, e o jogo teria sido quase todo jogado no meio campo defensivo do Moreirense. Mas a equipa de Sérgio Vieira não se incomodou com isso e melhor ficou depois da expulsão de Kiko - que havia entrado ao intervalo - por acumulação de amarelos.

O Vitória não deitou a toalha ao chão e conseguiu reduzir quando faltavam cerca de 15 minutos para o término da partida. O jogo animou e a rivalidade entre os dois clubes da cidade de Guimarães veio à tona. Nuno Almeida foi ao bolso em sete ocasiões e recuou quando decidiu apontar para a marca da grande penalidade. Foi ver as imagens do vídeo-árbitro a anulou a primeira decisão. O jogo recomeçou com a bola a ser lançada ao solo.