António Oliveira, antigo selecionador nacional, fala sobre da pouca proteção que se dá ao futebolista no mundo do futebol.
Em artigo de opinião no jornal A Bola, defende que várias instituições “vivem à custa do trabalho do jogador”, cujos dirigentes “nunca contribuíram” para a evolução da modalidade.
“Há uma cultura abutre sobre os jogadores e incertezas sem espaço para justiça. Quando o fim da carreira acontece, surge o abandono (sem rendimentos), a tentação ‘salvadora’ da viciação de resultados, a dependência de substâncias, num desporto de silêncios que explora para usar e deitar fora”, afirmou.
O ex-futebolista lamenta a falta de união entre jogadores e treinadores e deixa uma certeza em tempos de covid-19.
“A pandemia acentuou o universo de fingimento em que colocaram o futebol”, salientou.
Criticando o papel das Ligas, Federações e outros organismos na defesa dos direitos dos futebolistas, Oliveira entende que criar fundações em cada país, com dinheiro do futebol, para apoiar jogadores e treinadores é fundamental, para evitar casos de salários em atraso.
“O jogador está sozinho e dependente de empresários. As SAD’s não pagam e abandonam sem se esquecerem de levar dividendos, num exemplo de incumprimento que não anda muito longe das margens da ilegalidade e pirataria”, concluiu.