Portugal
Presidente do Vitória SC culpa Pedro Martins pelos maus resultados da época
2018-06-02 20:00:00
"Só sugeria jogadores a custar quatro, cinco, seis milhões de euros", acusou Júlio Mendes

O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, criticou este sábado o treinador Pedro Martins pelos maus resultados na época 2017/18, na qual terminou no nono lugar da I Liga, e acusou-o de falta de lealdade à instituição. O dirigente abordou as declarações do agora treinador do Olympiacos, da Grécia, numa entrevista ao diário desportivo Record, publicada a 27 de maio, na qual referiu que a direção vitoriana foi incapaz de cumprir o planeamento que fizera para a época 2017/18, tendo-as considerado “um exercício de vingança”.

“O diretor desportivo Flávio Meireles sempre me foi dizendo, ao longo da época, que tínhamos um problema que se chamava Pedro Martins. Eu disse que tínhamos cometido erros. Nunca elenquei esses erros. O principal erro chamava-se Pedro Martins”, disse, perante os mais de 300 sócios presentes na Assembleia-Geral do clube.
Júlio Mendes realçou que os problemas na preparação da época passada começaram logo no Jamor, após a final perdida para o Benfica, quando o técnico comunicou à direção a intenção de sair já, na altura, para o Olympiacos, apesar de ter contrato até junho de 2018.

“Assumiu que tinha um compromisso com o Vitória. Foi como um murro no estômago quando ouvi o treinador dizer que queria ir embora. Ficou escrito na cláusula de rescisão que o Olympiacos tinha de pagar um milhão de euros. O ‘mister’ Pedro Martins insistia em sair a custo zero”, lembrou Júlio Mendes.

Júlio Mendes acusou também Pedro Martins de considerar “demasiado curtos” alguns jogadores propostos pela administração da SAD para a nova época, como Matheus Pereira e Domingos Duarte, que rumaram do Sporting para o GD Chaves, Paulinho, Fabrício e Tabata, do Portimonense, alegando que o treinador privilegiava jogadores mais caros, cujos encargos o clube não conseguia suportar. “Só sugeria jogadores a custar quatro, cinco, seis milhões”, disse.

O presidente vitoriano assumiu ainda ter despedido o técnico após a goleada sofrida no dérbi minhoto, em fevereiro de 2018, por ter tido conhecimento que, no estágio de preparação para o duelo, se passaram “coisas muito graves” como “alterações de capitães e expulsões de jogadores” e que o técnico já não tinha controlo sobre o plantel. “Ele disse-me que já tinha perdido o grupo. E quando um presidente de um clube ouve um treinador a dizer isto, percebi que poderia estar perante um problema muito mais complicado do que aquele que já íamos percecionando ao longo da época”, disse.