Portugal
"Preocupa-me a sobrevivência de muitos clubes sem os direitos televisivos"
2020-04-06 16:40:00
André Geraldes analisa hipótese das competições serem finalizadas até 3 de agosto

A suspensão das competições desportivas, devido à pandemia de covid-19, causou graves e inesperados problemas aos clubes portugueses.

O impacto da crise será ainda maior nos emblemas cuja principal fonte de receita é a venda dos direitos de transmissão dos jogos, como salientou André Geraldes, CEO da SAD do Farense e antigo team-manager do Sporting.

"O que mais me preocupa é a sobrevivência de muitos clubes sem a receita dos direitos televisivos tendo que cumprir obrigações com os seus profissionais", sustentou o gestor, durante um fórum promovido pelo jornal Record.

André Geraldes não dá como garantido que seja possível encerrar todas as competições até ao início de agosto, como determinou a UEFA.

"Não há datas 'fechadas' para isso", sustentou.

"Não tenho dúvidas que o mais justo será jogar dentro de campo, mas também não tenho dúvida nenhuma que a meritocracia tem que prevalecer", complementou o dirigente.

A 'ordem' é para se jogar, mas a pandemia alterou por completo a forma de se trabalhar, com os jogadores a treinarem nas respetivas casas para manterem em forma... sem saberem até quando.

"É uma questão delicada", reconheceu.

"Não tenho dúvidas que os campeonatos se resolvem nos campos (havendo condições para isso), mas também não tenho dúvidas que é evidente que a meritocracia tem que prevalecer", insistiu André Geraldes.

Nesta iniciativa, o responsável assegurou que o Farense ainda não tomou qualquer decisão sobre um eventual lay-off, como já começa a acontecer noutros clubes.

"Aguardamos uma posição do Sindicato dos Jogadores que está em conversações com a Liga para se tentar um entendimento", esclareceu.

"Tanto a indústria do futebol bem como muitas outras vão sair lesadas depois desta crise. Vamos ter todos que ter a capacidade de nos reinventarmos", finalizou André Geraldes.