Portugal
Portimonense com bola, mas sem perigo, não desfez o empate
2017-11-04 18:40:00
Depois de uma primeira parte repartida com o Moreirense, o Portimonense teve muita bola, mas poucas ocasiões na segunda.

O efeito da chicotada psicológica no Moreirense durou 20 minutos, com uma entrada com boa atitude e vontade de dominar a partida. No entanto, esse bom começo serviu apenas para anular a vantagem a que o Portimonense tinha chegado sem fazer muito por isso, logo aos três minutos de jogo. A segunda parte foi de domínio da equipa algarvia, mas sem ocasiões claras de golo e o 1-1 manteve-se até final, fazendo com que o Moreirense continue sem vencer em casa e o Portimonense continue sem vencer fora.

Sérgio Vieira alterou apenas Aouacheria por Cádiz em relação ao onze que foi derrotado no Restelo, ainda com Manuel Machado, mas talvez pelo efeito da chicotada psicológica, o Moreirense entrou bem na partida. Com Tozé muito ativo no flanco esquerdo e Neto e Ramires agressivos no meio campo, aos 15 minutos de jogo o Moreirense já tinha atirado uma bola à trave, num cabeceamento de Ramires aos 9 minutos, e feito um golo, aos 13', por Cádiz.  O problema foi que o Portimonense entrou em campo praticamente a vencer, marcando na única vez em que passou o meio campo com a bola controlada durante os primeiros 20 minutos de jogo. Paulinho recuperou uma bola a meio campo, correu uns metros e serviu-a, com açúcar por cima, para Dener fazer o golo.

Depois dessa única aparição durante os primeiros 20 minutos de domínio do Moreirense, não só Paulinho como também Nakajima começaram a pegar na bola e a mudar o jogo, com jogadas, por vezes, quase ao estilo tiki-taka, tanto na qualidade da troca de passes como na cerimónia em rematar à baliza. Mas em termos de ocasiões de golo, a partida manteve-se equilibrada. À posse de bola mais trabalhada do Portimonense, que gerou uma boa ocasião para Paulinho (37’) e um remate de Nakajima à figura de Jhonatan (42’), o Moreirense respondia com um estilo definitivamente menos elaborado, mas que também causava perigo. Tozé, aos 40’, e Zizo aproveitando uma bola perdida na área, aos 43’, obrigaram Ricardo Ferreira a duas boas defesas e o empate justificava-se ao intervalo.

A segunda parte surgiu bastante diferente da primeira e também menos interessante. O Portimonense passou a ter um domínio claro da posse de bola, tendo-a tido na sua posse durante 73% do tempo, depois de na primeira parte se ter ficado pelos 49%, mas nunca conseguiu criar ocasiões claras de golos. Os remates que registou nunca foram feitos em boa situação e, por isso mesmo, nenhum acertou sequer na baliza defendida por Jhonatan. O Moreirense aguardava recuado, esperando uma oportunidade para contra-atacar, mas praticamente nunca o conseguiu. Houve uma única exceção quando, após ganhar uma segunda bola, Sagna foi até à linha final e cruzou para trás, com Zizo, em boa posição, a rematar à figura de Ricardo Ferreira.

Nos últimos 20 minutos, o Moreirense subiu um pouco no terreno, mas nenhuma das equipas mostrou qualidade para aproveitar os espaços que por vezes surgiram. Para isso contribuiu também a influência que Paulinho foi perdendo na partida, até ser substituído, aos 86’. O empate foi, assim, um resultado justo, após uma primeira parte equilibrada e com ocasiões para ambos os lados e uma segunda parte de domínio do Portimonense, mas sem capacidade de criar ocasiões de golo. Boa arbitragem de Bruno Esteves, tanto técnica como disciplinarmente. Fez bem em mandar jogar nos dois lances em que se pediu penálti por mão na bola, um em cada área, ainda durante a primeira parte.