Portugal
Petit, o bombeiro que é chamado quando as equipas estão em apuros
2018-02-15 16:00:00
Petit regressa ao Moreirense, clube onde já foi feliz, com a mesma missão que já teve no passado: permanecer na elite.

Como um bombeiro que apaga fogos, Petit voltou a ser chamado para tentar socorrer uma equipa numa fase adiantada da época. O regresso ao Moreirense, depois de já ter salvado o conjunto de Moreira de Cónegos da descida ao segundo escalão na época passada, serve o propósito de descrever precisamente como tem sido a carreira do treinador de 41 anos desde que deu os primeiros passos como técnico no Boavista. Petit tem sido hábil quando pega em equipas a meio das temporadas, mas quando chega numa fase precoce não consegue colher frutos.

Será, então, o efeito da chicotada psicológica que faz de Petit aquilo que é enquanto treinador? Quem o conhece discorda desta afirmação. Pedro Costa, ex-jogador, foi colega de equipa de Petit e igualmente treinado por ele no Boavista e destacou o facto do agora treinador ter pisado as quatro linhas durante muito tempo como fator fulcral para o entendimento do jogo e do que necessitam as equipas. “A exigência, os métodos que colocava, o à vontade que sentia dentro de campo para estar a explicar os exercícios aos jogadores de fácil entendimento”, tudo parte do processo que é a metodologia de Petit enquanto timoneiro, nas palavras de Pedro Costa ao Bancada.

Outro dos colegas e jogadores de Petit foi Carlos Santos, atleta do Salgueiros SC, que não hesitou em corroborar as palavras acima referidas. “O Petit transportava o que era dentro de campo para a equipa. A presença que tinha no balneário, mesmo como treinador, era notória, fruto da experiência que tinha. Por isso mesmo, conseguia unir o plantel e dar motivação aos jogadores”, salientou ao Bancada. Por falar em união de balneário, neste retorno a Moreira de Cónegos Petit vai reencontrar cinco jogadores que estavam no clube durante a sua outra passagem por lá. São eles André Micael, Sagna, Alan Schons, Dramé e Ângelo Neto, fator demonstrativo da clara transformação que sofreu a equipa do Moreirense desde o fim da época transata.

A missão que aguarda Petit é simples. Com 22 jornadas disputadas na Primeira Liga, o Moreirense ocupa a 17.ª, ou seja, a penúltima posição da tabela classificativa. Como o objetivo de qualquer equipa que está por essas andanças todas as épocas, o conjunto de Moreira de Cónegos tem o primordial intuito de permanecer entre a elite do futebol português. É aqui que Petit entra na equação. Boavista, CD Tondela e Moreira de Cónegos já presenciaram o efeito que o técnico de 41 anos tem nas equipas e na façanha de conseguir continuar no principal escalão. Certamente que o leitor já não se questiona de qual a tarefa que aguarda Petit no Minho. Com poucos dias de treino, o primeiro obstáculo terá lugar já no domingo, com a receção ao GD Chaves, um osso duro de roer para medir o pulso ao efeito que a chegada de Petit teve na sucessão a Sérgio Vieira.

Tondela-Moreira de Cónegos-Paços de Ferreira-Moreira de Cónegos

Desde que iniciou a carreira de treinador, ao mesmo tempo que calçava as botas, no Boavista, Petit tem tido um percurso circunscrito ao principal escalão do futebol português. A travessia do técnico de 41 já o levou a Tondela, Moreira de Cónegos, Paços de Ferreira… e novamente Moreira de Cónegos. A estadia nos clubes não é longa, pois, como já foi referido, Petit tem sido, por norma, chamado em hora de aperto, qual bombeiro pronto a salvar uma situação que aparenta estar condenada. Contratado para evitar a despromoção nas temporadas 2015/16 e 2016/17, por CD Tondela e Moreirense, respetivamente, Petit conseguiu a proeza de livrar as equipas da mais que provável descida de divisão. Porém, quando assume o comando técnico numa fase mais inicial da época a história tem sido outra…

Vamos então ao registo de Petit nesta temporada. O timoneiro de 41 anos foi chamado para treinar o FC Paços de Ferreira após nove jornadas disputadas na Primeira Liga, sucedendo a Vasco Seabra no cargo. A tarefa não correu como esperado e a aventura na Capital do Móvel teve a curta duração de nove partidas. Seis derrotas, dois empates e uma vitória depois, Petit teve que fazer as malas e deixar o conjunto pacense, numa missão pouco (ou nada…) conseguida. No CD Tondela, em 2015/16, chegou logo à 13.ª jornada, mas o começo da temporada seguinte não foi positivo e não resistiu até mais que a 16.ª ronda do campeonato de 2016/17. Estará, então, Petit destinado ao papel de bombeiro do principal escalão, ao qual as equipas acorrem no momento dos apuros? Com 12 jornadas por disputar na Primeira Liga, veremos se Petit volta a repetir a proeza em Moreira de Cónegos.