Nem sempre é necessário ser uma das principais escolhas dentro de uma equipa para se ficar na história. Paulo Lopes é o exemplo vivo dessa mesma afirmação. O ex-guarda-redes, agora treinador de guardiães nos Sub-23 do Benfica, está em grande destaque na imprensa inglesa, este domingo, mais precisamente na ‘BBC’. Tudo por culpa dos troféus que conquistou para o palmarés em apenas onze jogos realizados pelas águias durante uma década na Luz. A publicação vai mesmo ao ponto de lançar para o ar que “Paulo Lopes pode ser o mais bem sucedido da história como terceira opção para guarda-redes”.

“Sim, estão corretos. Eu nasci para vencer”, começou por referir, entre risos, o antigo guarda-redes em declarações prestadas à ‘BBC’. “Fico feliz por ter conseguido esses números ao longo da minha carreira. Eles fazem parte das minhas conquistas e mostram momentos importantes e especiais da minha carreira. Sinto um grande orgulho e satisfação, porque quando olho para eles [troféus e medalhas], sinto que foi um trabalho, um trabalho de equipa, mas também demonstram as minhas conquistas como guarda-redes.

Foi precisamente no Benfica que Paulo Lopes terminou a formação, mas nunca tinha chegado a jogar pela equipa principal… até que o telemóvel tocou em 2012, quando já tinha 34 anos de idade e depois de ter sido dispensado em 2002. “Eu pensava que era uma piada”, disse Paulo Lopes a relembrar o momento em que recebeu o convite - da parte de Rui Costa - para voltar aos encarnados. Antes do regresso, o ex-guardião tinha feito carreira entre o Feirense, o Trofense, o Estrela da Amadora e o Salgueiros.

Após o retorno à Luz, Paulo Lopes assumiu sempre mais o papel de mentor e foi terceira opção para a baliza das águias, tendo coincidido com as titularidades de Oblak, Júlio César, ou Ederson, por exemplo. Para além de fazer parte do plantel do Benfica que conquistou o tetracampeonato, entre 2013 e 2017, Lopes também estava na Luz aquando dos triunfos em duas Taças de Portugal, três Taças da Liga e três Supertaças. “Na minha mais modesta opinião, fiz um bom trabalho e sempre trabalhei da melhor forma. É óbvio de que queria jogar mais, mas é importante considerar que estava numa das melhores equipas da Europa, com os melhores jogadores, então a competitividade interna é muito forte”, salientou.

Atualmente na equipa técnica dos Sub-23 do Benfica, que participam na Liga Revelação, Paulo Lopes considerou que a ligação que tem aos encarnados é um elo inesquecível. “A minha conexão ao Benfica é forte. Há muitos poucos jogadores que passaram tanto tempo na mesma equipa e voltaram muitos anos depois. Foi essencialmente chegar como uma criança e ir embora como um adulto. O Benfica é onde passei a maior parte da minha vida, onde aprendi o que significa ser um futebolista e onde me desenvolvi bastante como pessoa.” Convidado pela ‘BBC’ a deixar algumas palavras sobre a carreira, a palavra “orgulho” esteve em destaque. “Com muito orgulho no que fiz, no que dei ao futebol e a alegria de ter cumprido os sonhos que tinha em criança, quando pensei que um dia seria um jogador de futebol.”