Paulo Fonseca chegou ao FC Porto em 2013 depois de uma histórica campanha no Paços de Ferreira, tendo levado às eliminatórias da Liga dos Campeões a turma da Mata Real e, no Dragão, ainda os adeptos saboreavam a conquista do título 'à boleia' do célebre remate de Kelvin. Porém, na Invicta, nem tudo correu como esperado e, passados agora alguns anos e feitos vários momentos de reflexão, o treinador explica o que falhou na passagem pelos azuis e brancos.
"Aprendi muito com esse ano no FC Porto. Cheguei lá com apenas um ano de Liga, no Paços, e com um tipo de futebolistas completamente diferente daquele que encontrei no Dragão. A minha forma de liderar se calhar não foi a mais adequada para convencer os jogadores acerca das minhas ideias. Nunca houve nenhum problema disciplinar, os jogadores sempre me respeitaram, enfim", afirmou o treinador, em entrevista ao 'Maisfutebol'.
E prosseguiu: "A questão era outra: como convencê-los em relação às minhas ideias? Hoje acredito que não foi a forma adequada, porque lidar com jogadores de grande estatuto e dimensão requer outra maneira de trabalhar. Melhorei, aprendi e hoje lido bem com estes futebolistas de dimensão, como tenho no Shakhtar. Esse ano no FC Porto foi um dos mais importantes na minha carreira, aprendi bastante e hoje estou a servir-me desse ensinamento: adaptar-me ao grupo que tenho à minha frente e às variáveis de um plantel."
Nas últimas décadas, o título ou tem ficado no Dragão ou tem ido parar à Luz e Paulo Fonseca antevê uma reta final de campeonato a dois, analisando o que vale a turma de Bruno Lage e a de Sérgio Conceição.
"São equipas totalmente diferentes. São duas ideias de jogo muito distintas", salienta, para depois detalhar. "O FC Porto é mais agressivo defensivamente e mais objetivo no último terço, embora menos forte na circulação. É uma equipa que cruza logo que tem possibilidade e com jogadores fortes na área, fortes fisicamente e nos duelos".
Já o Benfica, para Paulo Fonseca, é uma equipa que "aposta mais na procura do espaço, na circulação, tem coisas muito interessantes. Aprecio imenso, por exemplo, a forma como circula e atrai o adversário, para depois procurar a profundidade. Gosto de ver a preponderância dos dois médios na primeira fase de construção e na forma como ajudam a equipa a sair dessa fase. São duas equipas muito diferentes, com ideias muito próprias e fáceis de identificar. O pior é quando não existem ideias ou identidade. FC Porto e Benfica têm uma identidade muito forte."