Portugal
Otávio, a cartada de génio de Sérgio Conceição que valeu três pontos
2018-11-03 20:25:00
A entrada de Otávio em campo mudou por completo o jogo e resultou em dois golos do FC Porto no espaço de três minutos.

Minuto 67. Foi nesse momento que o FC Porto começou a desenhar um triunfo que parecia cada vez mais complicado em pleno Estádio da Madeira, neste sábado. A vitória dos dragões sobre o Marítimo, por 2-0, aconteceu muito por culpa da entrada de Otávio em campo, numa cartada de ‘génio’ de Sérgio Conceição que soube ler o jogo e perceber aquilo que estava a faltar em campo aos azuis e brancos. Depois de um penálti crucial falhado por Marega, os dragões precisavam de alguém que pegasse no jogo diante de uma equipa insular que tinha uma autêntica ‘muralha’ defensiva e Otávio teve o papel de ‘herói’ para os portistas.

É mesmo nessa fase do jogo que nos focamos. Aos 65 minutos de jogo, Carlos Xistra assinalou grande penalidade na área do Marítimo, por falta de Lucas Áfrico (muito faltoso, com entradas duras sobre os adversários) sobre Soares. Marega foi chamado à marca dos onze metros, mas Amir defendeu o remate do maliano. Numa partida que estava cada vez mais difícil para a turma de Sérgio Conceição, a equipa poderia acusar e quebrar devido à falha de uma oportunidade crucial de golo, mas o treinador não hesitou em recorrer ao banco de suplentes para mexer com a partida. Foi aí que entrou Otávio na equação. Maxi Pereira saiu de jogo e Corona assumiu todo o corredor direito.

A entrada de Otávio em campo deu velocidade à circulação de bola do FC Porto, algo que estava a faltar só com Óliver a ter esse papel no meio-campo. Três minutos depois do brasileiro estar no relvado, surgiu o primeiro golo. Uma jogada de total entrosamento do setor ofensivo azul e branco, com Marega a dar o último passe (e que assistência!) e Otávio a correr com bola até à entrada da área dos madeirenses e a bater Amir para a vantagem no marcador. Aos 73’, surgiu o golo que ‘matou’ com o jogo, novamente com Otávio na jogada, desta feita como assistente. Tudo nasceu com uma perda de bola de Bebeto em zona comprometedora, com o Marítimo a ser apanhado em contrapé. Óliver conduziu a bola pelo meio-campo adversário e passou para Otávio, que colocou a bola para a finalização de Marega. Seis minutos após a entrada de Otávio e o jogo ficou resolvido.

Mas, quem olhou para o que se passou até ao minuto 67 não esperava tal desfecho. A estratégia montada por Cláudio Braga tinha resultado na perfeição até então. O treinador dos insulares optou por um esquema tático composto por três centrais, ou seja, Zainadine, Áfrico e Marcos Silva e Bebeto e Fábio China nas laterais. Foi com uma equipa compacta no processo defensivo que o Marítimo conseguiu contrariar a vertigem ofensiva dos dragões, com Conceição a ter lançado Soares e Marega ao mesmo tempo no onze, assim como dois extremos como Corona e Brahimi… a ‘carne toda no assador’ da parte de Conceição.

A verdade é que o FC Porto foi sempre superior ao adversário, prova dada pela posse de bola e também pela presença assídua no meio-campo contrário. Ainda assim, toda a primeira parte e o início da segunda correram de feição para o Marítimo, pois os azuis e brancos só chegavam lá à frente praticamente através de lances de bola parada e no jogo aéreo não estava a surgir perigo para a baliza de Amir. Até ao primeiro golo sofrido, os madeirenses estiveram confortáveis na partida e dificultaram (de que maneira!) a tarefa do FC Porto em encontrar espaços no meio-campo insular.

O FC Porto reforçou, assim, a liderança da Primeira Liga e conseguiu aproveitar da melhor forma novo deslize do rival Benfica. No fim de contas, ficam os três pontos azuis e brancos num jogo que foi de elevado grau de dificuldade. Otávio foi mesmo a figura do encontro, pois foi a partir da entrada do brasileiro em campo que os azuis e brancos conseguiram dar a volta ao avesso a um osso duro de roer. Até ao apito final ainda houve lugar para Danny fazer o que não devia e, frustrado pelo resultado, levar o cartão vermelho direto após um lance em que agrediu o adversário.