Portugal
Os 23 de Sérgio Cavaleiro
2018-05-16 11:00:00
Na rubrica 'Os meus 23', os jornalistas e colunistas do Bancada colocam-se no papel do selecionador nacional.

Guarda-redes: Rui Patrício, Anthony Lopes e Beto.
Defesas: Cédric, Nélson Semedo, Pepe, Bruno Alves, José Fonte, Rolando, Raphaël Guerreiro e Mário Rui.
Médios: William Carvalho, Adrien Silva, Manuel Fernandes, João Moutinho, João Mário, Bruno Fernandes e Bernardo Silva.
Avançados: Gelson Martins, Quaresma, Nani, Cristiano Ronaldo e André Silva.

Se Fernando Santos pudesse equilibrar a balança, calculo que aceitasse deslocar alguma da qualidade que tem no setor intermédio para o mais recuado. A abundância de jogadores superlativos no meio-campo contrasta com a falta de opções para a defesa, mas a vida de um selecionador é mesmo assim e como me vou colocar na pele do engenheiro, vou-me deixar de choradinhos e vou escolher os “meus” 23.

Vou começar pela opção que me custou mais a tomar. Deixei Gonçalo Guedes de fora por duas razões. Não concebo a ideia de deixar Nani de fora. Foi uma das pedras mais importantes na conquista do Euro. Assumiu a capitania após a lesão de Cristiano na final. Marcou golos decisivos no caminho para essa final e numa competição tão curta – dura um mês – é importante ter um jogador com a experiência de Nani. O jogador da Lazio sabe qual é o seu papel nas dinâmicas do grupo e isso convence-me.

Depois, optei por Gelson, em detrimento de Guedes, porque parto do princípio que qualquer um destes jogadores seria utilizado a partir do banco. E nessa perspetiva julgo que Gelson pode oferecer mais à seleção, por exemplo, nos jogos com Marrocos e Irão, caso Portugal venha a necessitar de um “abre latas” nos minutos finais. No ataque estamos conversados, Ronaldo, Quaresma e André Silva não merecem sequer qualquer tipo de interrogação (digo eu).

No meio-campo. A lesão de Danilo abriu portas ao imaginário do selecionador que há em cada um de nós, e explico porquê. Quer dizer, Danilo vai fazer muita falta e Fernando Santos já explicou os motivos. Porque podia apagar dois fogos – no meio e na defesa -, mas, já que o médio do FC Porto não pode ir, não vem mal ao mundo se levarmos Manuel Fernandes. O médio do Lokomotiv pode cumprir várias funções no meio-terreno, até, jogar no lado esquerdo, como Fernando Santos tanto gosta de utilizar André Gomes. É certo que o mais recente campeão russo não é tão eficaz no jogo aéreo como o médio do Barça – uma das razões pelas quais o selecionador tanto crédito dá a André Gomes, mas no lugar de Gomes vai Bruno Fernandes.

O resto não é novidade: William, Adrien, João Moutinho, João Mário e Bernardo Silva - que só não foi ao Europeu de França porque se lesionou dando oportunidade a Renato Sanches de ser campeão da Europa (Renato quem?). Tenho de deixar uma mensagem de apoio a Rúben Neves: Continua, miúdo! O próximo Mundial é teu.

As opções para o eixo defensivo não são muitas, convenhamos, mas deposito completa confiança em Pepe, Fonte, Rolando e Bruno Alves. Para o lado direito levo Cédric e Nélson Semedo (confesso que não foi fácil deixar João Cancelo em terra). Na esquerda, levo Guerreiro e tinha Coentrão. A mensagem do lateral do Sporting, a dizer que não está em condições para ir ao Mundial, obrigou-me a uma chamada à última da hora para Mário Rui.

Na baliza não há discussão.