Carlos Vieira, ex-vice-presidente do Sporting, criticou a divulgação púlblica da auditoria à gestão de Bruno de Carvalho, salientando que os rivais diretos ficaram a saber quais as condições a oferecer caso queiram contratar jogadores ou trabalhadores dos leões.

Em entrevista ao Record, o ex-dirigente salientou que a auditoria deveria ter sido revelada pelos moldes formais (ou seja, comunicada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários) e nunca pela imprensa, 'abrindo a porta' à divulgação de informação confidencial.

"Fazer um strip tease da realidade do Sporting é lamentável", condenou.

"Demos argumentos para os nossos opositores diretos poderem saber as condições financeiras que podem tentar propor a atletas e trabalhadores do Sporting", frisou Carlos Vieira.

"É uma coisa inaudita", insistiu: "Nunca vi na minha vida e fui auditor".

"O relatório tem erros, a gravidade depende de quem os está a ler. Ainda no outro dia fiz um post onde falei da ligeireza com que não se estranhou incorreções", continuou o ex-dirigente.

O vice-presidente que terminou em rotura com Bruno de Carvalho garantiu ainda "não querer acreditar" que a divulgação pública do relatório da auditoria tenha sido premeditada.

"Disseram que não havia mecanismos de avaliação dos colaboradores e o relatório diz que quando entrámos em 2013 não existiam, mas existiam em 2017. Há quatro ou cinco pontos que já vinham sendo debatidos e o relatório até se torna ridículo. Parece que há alguma orientação. Não quero acreditar que o leak do relatório tenha outro interesse. Ou é estupidez, falta de cuidado, algum relaxe na segurança", sustentou Carlos Vieira.