Portugal
Onze factos rápidos do Sporting - FC Porto
2018-01-25 20:45:00
Rui Patrício já tinha ganho um desempate a uma equipa de Sérgio Conceição e perdido outro com Casillas.

Rui Patrício foi decisivo na passagem do Sporting à final da Taça da Liga, ao defender dois penáltis no desempate que se sucedeu ao 0-0 com o FC Porto, no final dos 90 minutos de jogo. Apesar de ser reconhecidamente um especialista neste particular, este foi apenas o terceiro desempate (em sete) ganho por Rui Patrício, com a particularidade de dois desses três sucessos terem sido contra equipas dirigidas por Sérgio Conceição. Dos sete desempates em que esteve envolvido, Rui Patrício já tinha sido decisivo com defesas nas vitórias frente ao SC Braga (então de Sérgio Conceição) na final da Taça de Portugal de 2014/15 (3-1) e à Polónia, com a seleção, no Euro’2016 (3-1). Em contrapartida, já perdeu quatro desempates, dois com o Sporting e outros dois com a seleção nacional: 2-3 na final da Taça da Liga contra o Vitória FC, na final da Taça da Liga de 2007/08; 4-5 na Taça de Portugal contra o FC Porto, em 2008/09; 2-4 com a Espanha (de Casillas) no Euro’2012 e 0-3 com o Chile na Taça das Confederações do último Verão.

 

Esse sucesso contra Portugal, nas meias-finais do Euro’2012, foi um dos quatro de Casillas em agora também sete desempates – ele que vira do banco o FC Porto perder os últimos dois em que tinha estado envolvido, frente ao SC Braga, na final da Taça de Portugal de 2015/16, e depois em Chaves, na edição de 2016/17 da mesma competição. Este foi, assim, o primeiro desempate em que Casillas se meteu em representação do FC Porto e o primeiro desde Junho de 2013, quando esteve do lado vencedor no Espanha-Itália (7-6) a contar para a Taça das Confederações. Aliás, só dois dos desempates jogados por Casillas aconteceram em representação do clube: antes do de ontem, já tinha perdido com o Bayern pelo Real Madrid (1-3) em Abril de 2012. Na seleção é outra história, pois além da já citada vitória contra Portugal (e Rui Patrício) no Europeu de 2012 (4-2), soma, por exemplo três vitórias contra a Itália: 3-2 no Mundial’2002, 4-2 no Europeu’2008 e os tais 7-6 na Taça das Confederações de 2013. Para completar o registo de quatro vitórias em sete desempates falta falar da derrota por 3-5 com a Coreia do Sul no Mundial de 2002.

 

O Sporting atingiu frente ao FC Porto a terceira final da Taça da Liga, onde vai defrontar o Vitória FC. Será a terceira presença dos leões na final desta competição, sendo que perderam as outras duas, sempre no desempate por grandes penalidades. Em 2007/08, na edição inaugural da competição, frente ao Vitória FC (2-3 depois do 0-0 no final do jogo). E na época seguinte ante o Benfica (também 2-3, depois do 1-1 no final da partida, mas com Rui Patrício no banco e Tiago a jogar).

 

O penalti decisivo foi marcado por Bryan Ruiz, o médio costa-riquenho que foi recuperado para a equipa já com a época em curso e fez em Braga o 100º jogo com a camisola do Sporting, com um total de 17 golos marcados. Ao todo, Bryan Ruiz fez 73 jogos na Liga (onze golos), oito na Liga dos Campeões (um golo), seis na Liga Europa (três golos), seis na Taça de Portugal (um golo), seis na Taça da Liga (um golo) e um na Supertaça.

 

Ao mesmo tempo que Ruiz entrou em campo Montero, que teve direito a reestreia. O avançado colombiano não jogava pelo Sporting desde 30 de Janeiro de 2016 (faz dois anos na terça-feira), quando contribuiu com o golo decisivo numa vitória do Sporting frente à Académica (3-2), em Alvalade. Montero não jogava oficialmente desde 3 de Novembro, na derrota dos Vancouver Whitecaps frente aos Seattle Sounders (0-2), nas meias-finais da MLS.

 

No FC Porto, Sérgio Conceição estreou Waris, o avançado ganês recrutado ao Lorient. Waris alinhou nos últimos dez minutos, rendendo Sérgio Oliveira, e pôde assim regressar à competição, que já não conhecia desde 8 de Dezembro, quando entrou perto do final para fazer a assistência no segundo golo da vitória (2-1, de virada) do Lorient sobre o Sochaux, a contar para a Liga francesa.

 

O resultado ao fim dos 90 minutos (0-0) permitiu ao Sporting manter a invencibilidade nas provas nacionais, alargada agora a 27 desafios (19 jornadas da Liga, quatro na Taça de Portugal e quatro na Taça da Liga), onde soma 19 vitórias e oito empates. É verdade que em termos temporais esta equipa de Jorge Jesus ainda tem de aguentar mais três semanas para igualar o registo da de Carlos Queiroz, que em 1994/95 só perdeu nacionalmente a 12 de Fevereiro, na receção ao Estrela da Amadora (0-1), mas em termos de total de jogos o empate de ontem já garantiu a ultrapassagem ao registo do Sporting de Malcolm Allison, que em 1981/82 perdeu pela primeira vez ao 27º jogo nacional (2-0 com o Boavista, no Bessa, a 20 de Março). Nunca na história do clube o Sporting tinha arrancado com 27 jogos sem perder em competição nacional.

 

O FC Porto também manteve a invencibilidade interna – perdeu só no desempate por penáltis – e alargou-a a 26 jogos (18 jornadas da Liga, uma vez que está por concluir a partida no Estoril, quatro na Taça de Portugal e quatro na Taça da Liga), com 21 vitórias e cinco empates. Ainda não é, contudo, um recorde para os portistas, que em 2003/04, ano da conquista da Liga portuguesa e da Liga dos Campeões, só perderam nacionalmente a 3 de Abril, na 34ª partida. A primeira equipa portuguesa a bater esse FC Porto foi o Gil Vicente, que lhe ganhou em Barcelos por 2-0, em vésperas da deslocação portista a Lyon, para jogar a segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

 

Sérgio Conceição é que continua sem conseguir ganhar ao Sporting como treinador. Em dez joos contra os leões, ao serviço de Académica, Vitória SC, SC Braga e FC Porto, perdeu quatro e empatou seis, sendo que dois desses empates foram depois revertidos em derrotas no recurso aos penaltis: a final da Taça de Portugal de 2015 e agora a meia-final da Taça da Liga.

 

O Sporting manteve ainda a tendência recente para levar a melhor sobre o FC Porto sempre que os jogos se disputam em campo neutro. Os leões impuseram-se nas últimas cinco ocasiões em que as duas equipas se defrontaram sem ser em Alvalade ou no Dragão, pois antes do desafio de ontem tinham vencido por 2-0 na Supertaça de 2008/09 e na final da Taça de Portugal de 2007/08 e por 1-0 nas Supertaças de 2007/08 e 2000/01. A última vitória portista em campo neutro aconteceu em Maio de 2000, na finalíssima da Taça de Portugal, que os dragões ganharam por 2-0.

 

Outra tendência recente a merecer confirmação é a de os clássicos darem empate. Todos os quatro clássicos desta época acabaram empatados, sendo que o único que teve golos foi o Benfica-Sporting, que terminou com 1-1. A somar a estes quatro, também os dois últimos da época passada terminaram sem vencedor nos 90 minutos: 1-1 no Sporting-Benfica e no Benfica-FC Porto. O último clássico a ter um vencedor foi o FC Porto-Sporting de 4 de Fevereiro de 2017, que os dragões ganharam por 2-1.