Portugal
Obrigado, Rúben Micael, pelo regresso ao futebol português
2018-03-17 18:45:00
Antes de chegar o cansaço assistiu-se a uma boa partida de futebol entre duas equipas que gostam de ter a bola

Quem não “mata, morre”. Não esqueça isto, porque já lá vamos. Primeiro, explicar como o FC Paços de Ferreira controlou a bola sem conseguir controlar os espaços e cumprimentar o regresso de Rúben Micael ao futebol português. Apesar dos poucos golos (1-1) assistiu-se a uma boa partida de futebol entre duas equipas que gostam de tratar bem a bola. A qualidade de jogo desceu à entrada dos últimos minutos devido ao cansaço e ao estado do relvado que foi piorando com o desenrolar do encontro.

Estávamos ainda a olhar para a disposição das equipas em campo quando os jogadores do Estoril Praia nos dificultavam o trabalho pois estavam todos amontoados no mesmo local. É verdade. Não estava decorrido um minuto de jogo e a rapaziada de Ivo Vieira festejava já um golo. Bruno Gomes respondeu, de calcanhar a um passe de Ewandro. Estava feito o 1-0 e o golo mais rápido da presente edição da Primeira Liga.

O FC Paços de Ferreira não ruiu, contudo, perante este golpe madrugador e resistiu ainda a um par de investidas do Estoril, que parecia, neste minutos iniciais, decidido a resolver o encontro. Mas não decidiu e o que se viu a seguir foi um Paços a crescer. E cresceu, é um facto, mas com a bola sempre junto ao chão. Esta equipa de João Henriques sabe o que fazer quando tem a posse da redondinha e para esse facto muito contribuiu a excelente capacidade técnica de Rúben Micael, a quem nós aproveitamos para agradecer por ter regressado ao futebol português.

Mas do outro lado estava também uma equipa que gosta de ter a bola - foi sem dúvida uma primeira parte muito fácil à vista - e nesse capítulo destacaram-se Evangelista e Eduardo, os dois brasileiros são muito bons de bola. E o grande problema do Paços residiu aqui. É que a equipa de João Henriques, dominava a bola quando a tinha, e teve-a mais do que o Estoril, mas sentia grande dificuldades em controlar os espaços vazios quando a perdia e, se foi o Paços a demonstrar algum ascendente na partida, foi o Estoril a ter as melhores oportunidades de golo.

E é aqui que nos voltamos a encontrar com a velha máxima do futebol, “quem não mata, morre”. Eduardo e o resto dos estorilistas ainda estarão a tentar perceber como é que o brasileiro conseguiu falhar um golo a cerca de um metro de uma baliza deserta. Este lance figurará, sem dúvidas, numa compilação qualquer de golos falhados. E não dizemos daquelas de fim de ano. Ficará para sempre como um dos falhanços mais incríveis da história da modalidade. Tanto assim é, que metade do estádio festejou o (não) golo por alguns segundos.

Ora bem. E quem não mata, morre. Na jogada imediatamente a seguir o FC Paços de Ferreira marcou. O defesa-central Miguel Vieira que aparentemente se habituou aos golos no lado contrário ao seu posto de trabalho, desviou, subtilmente, para o fundo da baliza de Renan Ribeiro, uma bola que veio de um canto e fez o 1-1.

O jogo estava empatado, mas o FC Paços de Ferreira continuava com o tal ascendente de que já falámos. Controlo da bola, sim senhor, mas pouco efetivo na cobertura dos espaços defensivos sempre que perdia o controlo do esférico. Com isto surgiram as substituições e o jogo desceu de qualidade. Um ponto era melhor do que nenhum, pensavam ambos os treinadores e a acrescentar a isto estava um relvado que ia piorando a cada segundo. O empate prevaleceu num jogo entre duas equipas que utilizaram ebm o tempo de jogo.