Quem não marca, sofre. Uma expressão que se aplica muito no futebol e que serve para explicar o começo do resultado entre Belenenses e SC Braga, este domingo, com um triunfo de 3-0 para os minhotos. Aos 21 minutos de jogo, Gonçalo Silva teve duas oportunidades de ouro para colocar os azuis em vantagem no marcador, com dois lances à boca da baliza de Tiago Sá que terminaram com a bola nos ferros. Sendo um defesa central, não é de estranhar que a finalização não seja a principal arma do jogador do Belenenses, mas não se podem falhar duas ocasiões de golo como as que Gonçalo teve na cabeça. Poucos minutos depois desses momentos, o Belenenses sofreu as consequências.
Gonçalo Silva não foi o único que teve uma noite para esquecer no Belenenses. É que o primeiro golo do Braga surgiu com base num erro de Licá. Aos 27 minutos, o extremo perdeu a bola em zona proibida, no meio-campo do conjunto azul, lance que permitiu o cruzamento de Ricardo Horta, a partir da esquerda, para Wilson Eduardo aparecer ao segundo poste a desviar para o fundo das redes. Muriel ainda conseguiu tocar na bola, mas não foi suficiente para desviar o esférico. E este foi apenas o início de um domingo desolador para o guarda-redes.
Até ao primeiro golo, o Belenenses até nem estava muito mal no jogo. Sim, os minhotos começaram desde logo mais pressionantes e a assumirem o controlo do encontro. No entanto, os azuis conseguiam fazer do contra-ataque uma arma ofensiva na procura pela baliza dos arsenalistas e até foram os primeiros a criar perigo, num lance em quem Keita surgiu na área do Braga, mas foi ineficaz e falhou o desvio. Porém, as oportunidades no começo da partida não foram apenas da turma da casa, com Wilson a também ter falhado na cara do golo aos 19 minutos.
Com o passar do tempo, a partida aumentou de intensidade e qualidade futebolística, com as duas equipas a tentarem jogar com a bola no pé, algo que nem sempre foi feito com critério. Mas, sempre foi nota dominante ao longo dos 90 minutos a confortabilidade que o Braga sentia e foi com naturalidade que o conjunto de Abel Ferreira chegou ao segundo golo, aos 34 minutos, por intermédio de um dos homens do jogo, a par de Wilson. Desta feita foi Horta a proceder ao remate certeiro, num lance em que Muriel teve culpas (muitas) no cartório. O guardião do Belenenses perdeu a bola à entrada da área para Dyego Sousa (sem golos, mas muito interventivo no apoio e em ir buscar jogo às linhas e em zona mais recuada no terreno) e o avançado assistiu para Horta pontapear com força para o fundo das redes.
Os minhotos continuaram a gerir os ritmos de jogo a seu bel-prazer durante o segundo tempo e evitaram que o Belenenses, muito cómodo, conseguisse criar perigo. A sentença final foi aplicada por Wilson, aos 68 minutos, através da marca de grande penalidade. Muriel voltou a ser o vilão, novamente a tentar jogar com os pés e perder a bola, desta feita para Horta. O árbitro Fábio Veríssimo não hesitou em apontar para a marca de pénálti após a queda do jogador dos minhotos e Wilson não desperdiçou para catapultar o Braga rumo à liderança da Primeira Liga, na confirmação clara de uma candidatura ao título que já vinha a ser falada desde o triunfo sobre o Sporting, na jornada passada.
Até ao apito final, até esteve mais perto a goleada plena do Braga do que o Belenenses a reduzir a desvantagem. Destaque ainda para o regresso de Paulinho à competição e o avançado até teve oportunidades para voltar a fazer balançar as redes adversárias, com um par de lances de perigo junto à baliza de Muriel. Terminados os 90 minutos, fica a liderança do Braga, municiada pelo recital de Ricardo Horta e Wilson Eduardo, numa noite para esquecer de Muriel e companhia.
