Portugal
O Moreirense perdeu-se no Triângulo das Bermudas onde Grimaldo foi um achado
2018-05-13 21:05:00
Grande domínio territorial do Benfica com uma sociedade a três em destaque

Alugou-se meio-campo, este domingo, no Estádio da Luz. Contam-se com os dedos de uma mão, as vezes em que o Moreirense invadiu o meio terreno do Benfica. Até certa altura só dava o triângulo Grimaldo, Zivkovi e Cervi e a mobilidade destes três jogadores só baixou de intensidade quando, da Madeira, chegaram as notícias que interessavam às águias. O Moreirense acabou por se perder no Triângulo das Bermudas e foi numa investida de Grimaldo que se construiu a vitória do Benfica por 1-0.

O Benfica entrou para se instalar no meio-campo ofensivo. A mobilidade dos homens da frente foram permitindo aos encarnados variar a forma de ataque. Ora apostavam na profundidade dos laterais - Douglas, na direita, e Grimaldo, na esquerda -, ora optavam por um jogo mais apoiado com Cervi e Zivkovic em constantes combinações, com o toque, sempre de qualidade, de Grimaldo. A Pizzi sobrava a tarefa de virar o flanco de jogo e decidir se o passe era mais longo ou mais curto.

Já o Moreirense passou a primeira metade do primeiro tempo sem conseguir ter bola. E isto não é um exagero. Foram escassas as vezes que a equipa de Petit conseguiu fazer dois passes seguidos. Aliás, durante este tempo contam-se, com os dedos de uma mão, as vezes que a bola atravessou a linha de meio-campo. O Benfica exercia uma pressão alta e o Moreirense instalava-se no seu terço mais defensivo.

A verdade é que, excluindo um par de jogadas - uma que deixou Jonas na cara de Jhonatan e outra em que Pizzi, em boa posição na área, remata muito por cima -, o Benfica sentiu grandes dificuldades e penetrar nas linhas defensivas do Moreirense. Petit montou uma equipa muita recuada que abdicou de atacar durante grande parte do encontro e isso enervou a equipa de Rui Vitória que dependia, quase exclusivamente, das combinações entre Grimaldo, Cervi e Zivkovic.

Era a mobilidade destes três jogadores, aliada à capacidade de Pizzi em virar o centro de jogo que servia ao Benfica, mesmo que a chegada ao último terço fosse escassa ou feita de forma estéril. Foi já na reta final da primeira parte que Bruno Varela tocou as primeiras vezes no esférico. Com o intervalo à vista, o Moreirense saiu da toca e tentou chegar-se à frente causando, num par de vezes, algumas dificuldades ao reduto mais atrasado das águias, sobretudo Luisão que se viu numa situação complicada depois de um arranque de Peña.

O arranque da segunda parte foi uma réplica daquilo que aconteceu no primeiro tempo. O Benfica voltou a instalar-se no meio-campo ofensivo e o Moreirense ia vivendo de escassas aparições no meio-terreno dos encarnados.

O golo solitário surgiu de mais uma descida de Grimaldo à área contrária. O lateral espanhol, que foi dos mais esclarecidos nas manobras ofensivas do Benfica, cruzou para um corte de Alfa Semedo fora das leis. O central do Moreirense abriu os braços e cortou a bola com o direito. Penálti assinalado. Jonas bate Jhonatan e coloca o Benfica em vantagem.

A partir daí e com as notícias que vinham dos outros campos, ambas as equipas estavam onde queriam: o Benfica no segundo lugar e a caminho da LIga dos Campeões e o Moreirense com a permanência garantida. O jogo baixou de ritmo e estabeleceu-se um pacto de não agressão camuflado por pontuais lançamentos longos para o terço atacante do Benfica e um remate, ou dois, do Moreirense.

O jogo terminou com ambos os conjuntos felizes. Os jogadores estavam sorridentes e tudo acabou em paz no Estádio da Luz.