Portugal
“O mercado de treinadores tem critérios duvidosos”, admite Daúto Faquirá
2020-04-13 16:15:00
O técnico esteve desempregado durante cinco anos

Afastado dos bancos durante cinco anos, Daúto Faquirá assumiu esta temporada os destinos do Sporting da Covilhã, da II Liga.

Após experiências no Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal ou Olhanense, o treinador esperava receber mais convites para regressar aos bancos.

“Confesso que para quem tem o percurso que tenho esperava mais convites, admito. Desde que vim de Angola que tive um ou outro, mas na altura não se enquadrava. Com o tempo foram rareando”, afirmou o técnico em entrevista ao jornal ‘A Bola’.

Ao mesmo tempo, Faquirá critica a análise de contratação de treinadores em Portugal, referindo que o facto de um profissional trabalhar em África ou Ásia é entendido pelos dirigentes como “um fator que retira capacidade”.

Da mesma forma, o timoneiro do Sporting da Covilhã fala sobre os profissionais que estão há vários anos sem trabalhar.

“Se um treinador estiver parado, mesmo que traga atrás de si um percurso imaculado e de sucesso, nada significa. Assim está o nosso mercado de treinadores e de difícil compreensão”, explicou.

Treinador dos ‘Leões da Serra’ desde dezembro do ano passado, Daúto Faquirá confessa que era fulcral trabalhar num clube com condições e gerido por “gente séria”, algo que aconteceu em Covilhã.

Como tal, o treinador de 54 anos acha que estão reunidas as condições para que o Sporting da Covilhã possa lutar, a médio prazo, por outros objetivos.

“Esta visão consciente, realista, sem deixar de ser ambiciosa, leva-me a acreditar que podemos transportar o Covilhã para outros patamares a médio prazo”, concluiu.