Poderia começar a escrever a crónica deste Marítimo-CD Tondela puxando pelo facto de o Marítimo ter sido, novamente, cínico e frio (atenção: isto é um elogio) ao marcar ambos os golos – da vitória por 2-0 – em momentos em que o CD Tondela aparecia melhor, ou poderia arrancar explicando que a equipa de Pepa entrou forte e a conseguiu ter bola em zonas perto da área adversária durante grandes fases do encontro. Mas isto seria uma injustiça. Este (bom) jogo de futebol ficou marcado pela obra-de-arte que foi o golo de Rodrigo Pinho. Uma delícia. Se não viu, faça uma pausa nesta leitura e veja.
Já não é segredo para ninguém a forma de jogar deste Marítimo. Calculista, pragmático, eficaz e Rodrigo Pinho. Reveja o golo. Esteja à vontade. Eu espero. Aproveito para o rever também.
O CD Tondela entrou bem. Afoito. Conseguiu por largos minutos ter a bola em zonas perto da área do Marítimo causando aqui e ali momentos de algum frisson para a defensiva maritimista. Os insulares apostavam em transições rápidas que se iam provando infrutíferas. Até que surgiu o momento Rodrigo Pinho. Uma verdadeira obra-de-arte. O brasileiro recebe a bola de costas para a baliza adversária, sensivelmente a meio do meio-campo ofensivo do Marítimo e com um simples (mas delicioso) movimento tira do caminho dois defensores beirões, olha para a baliza e, com muita elegância, envia a bola numa viagem até ao fundo da baliza de Cláudio Ramos.
Enfim. Um grande golo.
A equipa do CD Tondela que vinha sendo um conjunto corajoso até ao momento Rodrigo Pinho, sentiu o golo. É bom recordar que o Marítimo não perde em casa para a Primeira Liga há mais de 20 partidas. Os rapazes de Pepa perderam a aura positiva com que entraram para o jogo, essa, agora estava toda do lado do “camisola 9” da equipa da casa. É impossível deixar de falar no brasileiro. Que golo sublime.
Veio o descanso.
O início do segundo tempo foi uma replicação barata da primeira parte. O CD Tondela empurrou o Marítimo para terrenos mais recuados e voltou a não marcar. O golo surgiu, sim, mas novamente para o lado madeirense, desta feita sem a espetacularidade nem a beleza com que surgiu na primeira parte. Contou na mesma. Ricardo Valente respondeu de cabeça a uma assistência de Edgar Costa. Estava feito o 2-0 aos 57 minutos.
Até ao fim houve muito tempo…para rever vezes sem conta e falar sobre o golo de Rodrigo Pinho. Que grandíssimo golo. Pode vê-lo no Matche Centre do Bancada