Portugal
O maior inimigo deste Belenenses é o relógio
2018-08-27 22:50:00
A equipa de Silas volta a perder pontos já para lá do período de descontos dado pelo árbitro

Este Belenenses joga bem à bola. Se dúvidas restassem que esta equipa subiu um nível desde a chegada de Silas, estas três jornadas dissiparam-nas. Os azuis do Restelo entraram a mandar e, mesmo que a certa altura do jogo, o Moreirense tenha equilibrado a balança, a verdade é que o conjunto de Lisboa voltou a ganhar algum ascendente na segunda parte. Talvez tenha marcado o golo no melhor período da equipa de Ivo Vieira, mas se alguém sai satisfeito com este empate (1-1) é a equipa da casa. O Belenenses, tal como na partida da semana passada diante do FC Porto, volta a perder pontos já para lá do período de descontos dado pelo árbitro.

Ora bem. O Belenenses entrou melhor na partida e aos 15 minutos de jogo já tinha desperdiçado duas oportunidades de golo. A equipa de Silas alternava entre um futebol apoiado em progressão até à área, com os lançamentos em profundidade, numa dessas ocasiões, Licá desperdiçou uma oportunidade de golo na cara de Jhonatan. Contudo, depois de um início prometedor dos lisboetas, o Moreirense conseguiu equilibrar a partida que passou a ser disputada em zonas mais centrais do terreno.

O Belenenses, mesmo nesses momentos, pareceu ser a equipa mais capaz de arrancar para o ataque, conseguindo quase sempre povoar o último terço do terreno com um número considerável de jogadores. E se por momentos, o Moreirense surgiu com oportunidade de marcar, e recordo-me de uma bola de Neto rematada à trave, deve-o ao exagero do Belenenses em querer sair a jogar em todas as ocasiões. Muriel esteve mal nesse capítulo e por três vezes arriscou, numa dessas ocasiões perdeu mesmo a bola, deixando a sua baliza deserta, com Neto a rematar à barra.

Depois do intervalo, a toada manteve-se. As forças equilibravam-se, mas era a equipa de Silas que melhor chegava a zonas de finalização. Curiosamente, foi no melhor período ofensivo do Moreirense - que viu ser-lhe anulado um golo por posição de fora-de-jogo - que o Belenenses chegou ao golo. Keita aproveitou um remate de Fredy, desviado pelo defesa do Moreirense, para empurrar a bola para o fundo da baliza de Jhonatan. Estava feito o 1-0.

A partir desse momento, foi ainda mais evidente a personalidade vincada desta equipa de Silas. Não cedeu à tentação de recuar o bloco e manteve-se interventivo no jogo e esteve, aliás, muito perto de fazer o 2-0. Fredy - que está a atravessar um excelente momento de forma - quis fazer um chapéu a Jhonatan, quando estava na cara do guardião do Moreirense, e desperdiçou, no minuto 90, a oportunidade de colocar uma pedra sobre o assunto.

O castigo para a rapaziada de azul foi duro. Como havia acontecido frente ao FC Porto, no fim-de-semana passado, o Belenenses concedeu um golo já para lá dos minutos de compensação dado pelo árbitro. O Moreirense aproveitou um pontapé de canto para colocar toda a equipa dentro da área, inclusivamente o guarda-redes. E foi para a zona de Jhonatan que a bola foi batida, tendo ido depois parar aos pés de Pedro Nuno, que a devolveu para o coração da área para João Aurélio marcar. Estava estabelecido o empate e não havia mais tempo para jogar.

Desta partida, que fechou a terceira jornada, fica dificuldade que as equipas da casa vão tendo em levar de vencidos os seus adversários. Só SC Braga e Marítimo (com cambalhota no marcador já nos minutos de compensação) venceram, nesta ronda, perante os seus adeptos. Veremos se é uma tendência para ficar.