Portugal
O grito de Ângelo Neto acabou com a discussão da ineficácia
2018-04-09 22:45:00
Domínio quase exclusivo do Moreirense na primeira parte; despertar tardio do Boavista: a mesma ineficácia

Um pontapé de sonho de Ângelo Neto do meio da rua deu o triunfo ao Moreirense sobre o Boavista e cavou um fosso de quatro pontos para os lugares de descida. Um resultado justo para uma equipa que foi melhor na segunda parte, que procurou mais vezes a baliza adversária, e depois soube sofrer aceitando a superioridade do Boavista. A equipa de Jorge Simão, que se tivesse vencido hoje ficaria apenas a três pontos de Rio Ave e Marítimo, só tem de queixar-se dela própria. Desperdiçou um penálti na primeira parte, maior mérito para Jhonatan que adivinhou o lado para onde David Simão atirou, e acordou tarde para o jogo. A segunda parte, a partir do golo do Moreirense, aos 52 minutos, é toda ela dos homens do Bessa que, porém, pecaram na finalização, o mesmo pecado que tocou aos de Moreira de Cónegos, diga-se, em toda a primeira parte. O grito de Ângelo Neto a dizer basta a tanta ineficácia acabou por fazer a diferença. Foi como um murro na mesa quando a tentativa de resolução de um assunto não ata nem desata.

O Moreirense, em 4x2x3x1, teve maior domínio na primeira parte, apostando em lances à linha e sucessivos cruzamentos para a área, mas sem eficácia. O Boavista, também em 4x2x3x1, apostava num jogo mais elaborado, mas inconsequente na criação de lances de perigo. A diferença estava nos dois maiores criadores das respetivas equipas, de um lado um inspirado Tozé a dar luz às jogadas de ataque do Moreirense, do outro o regressado David Simão parecia fora dela.

Seria, no entanto, o Boavista a ter a primeira grande chance de inaugurar o marcador. Aos 24 minutos, num penálti a castigar falta de Sagna sobre Fábio ESpinho, David Simão bateu para o lado esquerdo, mas o guarda-redes do Moreirense, Jhonatan, adivinhou o lado e fez uma grande defesa. Um voo a impedir um castigo que seria injusto para o Moreirense.

O jogo não foi um primor de qualidade, também não era bem isso de que se estava à espera, mas foi intenso, jogado a um ritmo alto, sobretudo na primeira parte, com muita objetividade de parte a parte. Houve sempre mais Moreirense na primeira parte e mais Boavista nos segundos quarenta e cinco minutos. O jogo fazia lembrar aquelas discussões de café em que falam, falam, mas nunca se chega a nenhuma conclusão. Ângelo Neto "fartou-se" e foi direto ao assunto, com o tal golaço de encher o olho. O médio brasileiro aproveitou uma bola que caíu à entrrada da área para encher opé e bater Vagner. "Estão a ver como é? É assim que hoje se resolve este assunto!", pareceu dizer.

A partir daqui, 52 minutos, então sim o Boavista despertou. A reação foi imediata, e Jorge Simão lançou desde o banco o angolano Mateus que, de facto, veio dinamitazer o jogo dos axadrezados. Com David Simão finalmente a aparecer no jogo, a equipa do Bessa encostou o Moreirense às cordas e criou sucessivos lances de perigo junto à área de Jhonatan, mas a tal falta de ineficácia voltou a sentir-se e o Boavista voltou a perder fora, pelo sexto jogo consecutivo. Os últimos vinte minutos revelaram-se de grande sofrimento para a equipa Petit, que foi baixando as linha à medida que o tempo avançava, contra um Boavista que terminou em 3x3x4, mas defender também é uma virtude e o Moreirense fê-lo com...eficácia.