O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, considerou que o Nacional da Madeira teve um ato "precipitado" e que é "errado" ao iniciar os treinos na Choupana em tempo de estado de emergência, destacando mesmo que se trata de "uma mensagem errada que o futebol está a dar" à sociedade.
"O futebol está a dar muitas mensagens erradas em questões que deviam ser coletivas", lamenta Joaquim Evangelista, em entrevista à 'TSF'.
O presidente do SJPF teme ainda que o "Nacional ao decidir antecipar o regresso aos treinos pode contribuir para algum alarme e para criar nos outros a sensação de facilidade que já poderá estar a acontecer quando, na verdade, não é essa a mensagem que nos é transmitida enquanto cidadãos".
Aqui chegados, para Evangelista só pode existir uma conclusão: "Não está salvaguardada a integridade desportiva e igualdade entre competidores".
O responsável pelo SJPF lamenta ainda que a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol não tenham tomado uma medida para evitar situações como esta.
"Tinham aqui uma oportunidade tomar uma decisão coletiva e evitar que existam clubes a iniciar treinos quando outros vão para férias", analisa Joaquim Evangelista.
O Nacional, equipa da II Liga portuguesa de futebol, regressou aos treinos, na segunda-feira, na Choupana, sendo a primeira equipa portuguesa a fazê-lo, após a suspensão das competições face à pandemia originada pela Covid-19.
O presidente do SJPF defende que "era desejável" que todos pudessem regressar ao mesmo tempo, de tal modo que isso "criava um ambiente de igualdade entre competidores" e a "ideia de articulação nesta matéria".
Do lado do clube insular, Rui Alves, presidente do Nacional, mostra-se indiferente às críticas feitas ao emblema madeirense por ter regressado aos treinos em tempo de estado de emergência.
"O mundo não se desenvolveu, não evoluiu com os carneiros desta vida. O nosso pastor é a lei", revela o líder dos insulares, que acusa mesmo alguns clubes de "não quererem que os campeonatos recomecem e estão a fazer lóbi para que não se jogue".